Governo e Exército veem impossibilidade de Mauro Cid ser promovido a coronel
Auxiliares de Lula negam que haja veto por parte do governo para promoção
Integrantes do governo e da cúpula do Exército veem impossibilidade de o tenente-coronel Mauro Cid ser promovido a coronel. Independentemente de um eventual indiciamento da Polícia Federal e de denúncia do Ministério Público Federal (MPF) nas próximas semanas, o veto à promoção de Cid pela Força já é dado como certo.
Em curso, a temporada de promoções da Força divulgará em 30 de abril a lista de oficiais escolhidos para subirem de posto. Pelos critérios do Exército, apenas uma denúncia do MPF aceita pela Justiça tornaria Mauro Cid impedido de ser promovido.
Mauro Cid integra a turma da Academia Militar das Agulhas Negras de 2000, a próxima a entrar no rol de promoções a coronel. Pelo seu histórico de atuação na Força até se tornar ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, Cid estaria bem posicionado a se tornar coronel. Embora esteja afastado, o tenente-coronel ainda integra o Exército.
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Auxiliares de Lula negam que haja qualquer tipo de veto por parte do governo para promoção de Cid e afirmam que o tema será tratado pelo Exército, sem interferência política. Esses interlocutores, admitem, no entanto, que elevar o posto de Mauro Cid traria um enorme constrangimento entre governo e o Exército, em meio a uma série de movimentos para se tentar justamente o contrário, aliviar tensões entre o presidente Lula e militares.
As promoções passam pelo crivo da Comissão de Promoções de Oficiais, colegiado formado por 18 generais e presidido pelo chefe do Estado-Maior do Exército. Histórico escolar e performance em postos ocupados são alguns dos critérios avaliados pela comissão. A decisão final, no entanto, cabe ao comandante da Força, general Tomás Paiva.
Integrantes do Alto Comando do Exército afirmam que é a própria condição de Mauro Cid que o impede de ser promovido. Mauro Cid está sem função no Exército desde setembro do ano passado, é investigado por ter contribuído com conspirações golpistas e falsificação de cartão de vacinação do ex-presidente Bolsonaro, em pelo menos oito inquéritos no Supremo Tribunal Federal, além da perda de reputação.
O conjunto de situações, afirmam, torna difícil que Mauro Cid reúna condições de mérito, pelas regras do Exército, para concorrer à promoção.