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Assédio

Governo federal recebeu 2 denúncias de assédio sexual por dia neste ano

Ao todo, 554 casos foram registrados em ouvidorias e estão sendo apurados pela CGU

Denúncias de assédio sexual na esfera federal tem crescido ano a ano. Em 2023 foi quando houve mais registros, com 920 ao todo. Em 2022 foram 531. Já em 2021, 178.Denúncias de assédio sexual na esfera federal tem crescido ano a ano. Em 2023 foi quando houve mais registros, com 920 ao todo. Em 2022 foram 531. Já em 2021, 178. - Foto: Pixabay

As denúncias de assédio sexual que motivaram a demissão de Silvio Almeida do Ministério dos Direitos Humanos não são um caso isolado na esfera federal. Entre janeiro e agosto deste ano, a Controladoria-Geral da União (CGU) recebeu 554 denúncias do tipo envolvendo servidores de órgãos e repartições federais, numa média de dois casos por dia.

Registradas nas ouvidorias de cada órgão, as denúncias são compiladas por auditores da CGU em um sistema que monitora cada procedimento aberto.

Os canais de contatos para as vítimas vão desde ministérios, autarquias ou universidades federais. Para proteger as vítimas, os nomes envolvidos no caso são preservados sob sigilo.

Os dados da CGU mostram que o número de denúncias de assédio sexual na esfera federal tem crescido ano a ano.

Em 2023 foi quando houve mais registros, com 920 ao todo. Em 2022 foram 531. Já em 2021, 178.

Em 2024, a maior parte das denúncias estão relacionadas a órgãos subordinados ao Ministério da Saúde e a universidades federais.

Quem caracteriza cada denúncia como assédio sexual são os próprios auditores da CGU, que centraliza os casos que chegam das ouvidorias.

Quando necessário, são acrescentados novos elementos de prova para, então, encaminhar os casos para apuração pelo Ministério Público Federal e pela Polícia Federal.

Silvio Almeida foi demitido ontem, um dia após a organização Me Too Brasil revelar ter recebido denúncias de assédio sexual contra ele.

O então ministro negou as acusações, que chamou de "ilações absurdas" e, em nota após a demissão, disse que provará sua inocência.

"Repudio com absoluta veemência as mentiras que estão sendo assacadas contra mim. Toda e qualquer denúncia deve ter materialidade.

Entretanto, o que percebo são ilações absurdas com o único intuito de me prejudicar, apagar nossas lutas e histórias, e bloquear o nosso futuro", afirmou o ministro.

Entre as supostas vítimas de Almeida está a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco (Igualdade Racial).

Ela afirmou nesta sexta-feira em reunião com outros ministros no Palácio do Planalto que foi assediada pelo então titular da pasta de Direitos Humanos.

De acordo com o site Metrópoles, que revelou a denúncia contra Almeida, o então ministro teria tocado na perna de Anielle em uma reunião na Esplanada e dado beijos inapropriados ao cumprimentá-la, além de usar palavras de cunho sexual e baixo calão.

Ao se pronunciar pela primeira vez após a revelação do caso, a ministra disse, por meio de nota, que "não é aceitável relativizar ou diminuir episódios de violência", que "agir imediatamente é o procedimento correto" e que "contribuirá com as apurações, sempre que acionada".

A Polícia Federal abriu um inquérito para investigar as denúncias de violência sexual. Além disso, a Comissão de Ética da Presidência da República iniciou uma apuração e deu dez dias úteis para o agora ex-ministro se explicar.

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