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Marco Temporal

"Governo Lula não tem como sancionar um texto como este", diz Randolfe sobre marco temporal

Para líder do governo no Congresso, projeto aprovado deve ser barrado pelo Executivo

Julgamento do marco temporal retorna hojeJulgamento do marco temporal retorna hoje - Foto: Joédson Alves/Agência Brasil

O líder do governo Randolfe Rodrigues (Sem partido-AP) afirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve vetar o projeto do marco temporal para as demarcações de terras indígenas, aprovado ontem pelo Senado.

Rodrigues não especificou quais trechos devem ser vetados ou se o projeto na íntegra.

—Por óbvio que um governo com a característica do governo do presidente Lula não tem como sancionar um texto como este, porque não se trata somente do debate sobre o marco temporal—disse Randolfe.

Após o Supremo Tribunal Federal (STF) decidir contrariamente à tese do marco temporal da demarcação das terras indígenas, o Senado aprovou o projeto de lei que vai em sentido oposto ao que foi decidido pela Corte. Foram 43 votos favoráveis e 21 contrários. O texto segue agora para análise de Lula. Além de definir o marco, o texto também permite a instalação de bases, unidades e postos militares nos territórios independentemente de consulta às comunidades e o cultivo de transgênico em terras indígenas.

—A análise pormenorizada do texto ainda deve ser submetida às áreas técnicas do governo e, sobretudo, em primeiro lugar, deverá ser ouvido o Ministério dos Povos Indígenas. Numa primeira análise do texto, todo o conjunto do texto deve ser todo vetado—afirmou Randolfe.

Além de definir o marco, o texto também permite a instalação de bases, unidades e postos militares nos territórios independentemente de consulta às comunidades e o cultivo de transgênico em terras indígenas.

—Esse texto é incondicional porque fere de morte o artigo 231 da Constituição. Por óbvio, ele já é inconstitucional na essência. Então, um primeiro critério para ser posto vetos são os critérios de constitucionalidade, juridicidade e interesse público— afirmou Randolfe.

No caso de indígenas isolados, o projeto permite o contato, intermediado pela Funai, para ações estatais como auxílio médico ou ação estatal de utilidade pública, como construção de equipamentos de serviços públicos.

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