Governo Lula retoma discussão do controle das redes sociais
Dois projetos de lei do executivo serão postos para discussão. Preocupação aumentou após a Meta anunciar o fim do sistema de verificação de fatos
A polêmica do controle das redes sociais volta à ordem do dia em Brasília. Segundo antecipou, ontem, o portal Poder360, o presidente Lula (PT) está planejando dois projetos de lei voltados à regulação das plataformas digitais. Uma das propostas está sendo discutida no Ministério da Fazenda e a outra no da Justiça e Segurança Pública.
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A preparação das propostas acontece depois que a Meta, empresa dona do Instagram, Facebook e WhatsApp, anunciou, em janeiro, o fim do seu sistema de verificação de fatos. Preocupado com uma maior facilidade para a disseminação de notícias falsas, o Palácio do Planalto afirmou que os planos estão sendo discutidos, mas ainda não houve "definições de posição do governo sobre questões substantivas e de mérito".
O governo busca uma nova tentativa de regular as redes sociais depois que a Lei Brasileira de Liberdade, Responsabilidade e Transparência na Internet, a PL 2630, conhecida como PL das Fake News, foi engavetada. De acordo com o Estadão, a onda de desinformação sobre o Pix nas redes sociais fez com que o governo avaliasse a necessidade de acelerar a regulação das plataformas.
Elaborado na Secretaria de Políticas Digitais, o projeto da Justiça sobre a regulação das redes sociais gira em torno do direito do consumidor, de acordo com integrantes envolvidos no debate. A proposta busca dar maior transparência de informações aos usuários, como identificações de publicidades e termos de uso.
A proposta da Justiça busca também obrigar as plataformas a adotarem medidas de remoção de conteúdo que contenha crimes graves, como violações de direitos fundamentais, principalmente de menores de idade, e incitação à violência. Membros da Secretaria de Comunicação Social, Casa Civil, Fazenda, Advocacia-Geral da União, Secretaria de Relações Institucionais, Controladoria-Geral da União e Comunicações integram o grupo de trabalho que discute a proposta. Já o projeto da Fazenda trata de questões concorrenciais e econômicas, mirando o mercado das redes sociais.
A proposta busca ampliar o poder do Conselho Administrativo de Defesa Econômica para definir novas obrigações para as plataformas. O objetivo é combater possíveis monopólios na oferta dos serviços. A Secretaria de Relações Institucionais, comandada por Alexandre Padilha, não desconsidera endossar um projeto protocolado na Câmara pelos deputados Dani Cunha (União-RJ) e Silas Câmara (Republicanos), de oposição, já que esse poderia conseguir o apoio da esquerda e da direita, diferentemente da PL das Fake News.