Logo Folha de Pernambuco
Embaixada de Israel

Governo Lula segura aval para embaixador de Israel assumir posto em Brasília

Itamaraty recebeu pedido de Tel Aviv para nomeação de representante, mas ainda não houve resposta

O diplomata Gali Dagan, indicado por Israel para assumir a embaixada em Brasília O diplomata Gali Dagan, indicado por Israel para assumir a embaixada em Brasília  - Foto: Divulgação

Com as relações abaladas desde o início deste ano, devido a fatores relacionados aos ataques israelenses a civis na Faixa de Gaza, o governo Lula segura uma autorização para que o diplomata Gali Dagan assuma a embaixada em Brasília.

Tel Aviv submeteu o nome de Dagan há dois meses a Brasília, mas até o momento não recebeu uma resposta do Brasil. Segundo um integrante do governo brasileiro, o período de concessão do agrément (autorização é variável. Pode demorar semanas ou meses.

O Itamaraty informou que a concessão de agrément (autorização) a embaixadores estrangeiros é assunto sigiloso e, por isso, não vai se manifestar.

Porém, interlocutores que acompanham o caso afirmam acreditar que a demora na substituição de Daniel Zonshine para assumir a chefia da representação israelense no Brasil é fruto da crise diplomática entre os dois países. O caso foi revelado pela Folha de S.Paulo e confirmado pelo GLOBO.

Dali Dagan era, até meados de 2024, embaixador de Israel na Colômbia. Deixou o país após o governo israelense romper relações com o presidente colombiano Gustavo Petro.

Em fevereiro do ano passado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva comparou as mortes de palestinos na Faixa de Gaza ao extermínio de judeus na Segunda Guerra Mundial. Três meses antes, o grupo terrorista palestino Hamas atacou Israel e sequestrou cidadãos israelenses de várias idades, incluindo crianças.

Em represália, autoridades israelenses levaram o no Museu do Holocausto, em Jerusalém, o embaixador do Brasil em Tel Aviv, Frederico Meyer. Além de repreender publicamente o embaixador brasileiro em um local totalmente fora dos padrões, o governo de Israel decidiu declarar Lula como persona non grata.

Por determinação de Lula, o chanceler Mauro Vieira chamou Meyer de volta ao Brasil e convocou o chefe da representação de Israel em Brasília, Daniel Zonshine, para uma reunião no Palácio do Itamaraty, no Rio. As duas medidas, na linguagem diplomática, tinham por objetivo demonstrar a insatisfação do governo brasileiro com as autoridades israelenses.

Desde então, o governo brasileiro não enviou um substituto de Meyer a Tel Aviv, embora não tenha rompido as relações com Israel. O Brasil mantém sua posição crítica à postura do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e, na última terça-feira, deplorou, em uma nota, os novos ataques à Faixa de Gaza.

Veja também

Newsletter