DIPLOMACIA

Governo Lula comemora reeleição de Von der Leyen como presidente da União Europeia

Para o governo brasileiro, vitória de conservadora alemã ajudará nas negociações entre Mercosul e bloco europeu

Luiz Inácio Lula da Silva e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leye Luiz Inácio Lula da Silva e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leye  - Foto: Reprodução

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva comemorou a reeleição da presidente da União Europeia (UE), Ursula Von der Leyen. De acordo com um importante interlocutor da área diplomática, o resultado vai ajudar nas negociações de um acordo comercial entre o Mercosul e o bloco europeu.

A conservadora alemã foi reeleita para um segundo mandato, nesta quinta-feira. Saiu vitoriosa graças, principalmente, ao apoio das forças centristas do Parlamento Europeu.

As forças democráticas e progressistas europeias querem conter o crescimento da extrema direita na região.

Em meados de 2019, na gestão do então presidente Jair Bolsonaro, o Mercosul fechou um texto com a UE. Porém, havia pendências não resolvidas.

Os europeus exigiam um adendo com compromissos ambientais e até a previsão de sanções, o que o Brasil e os demais sócios do bloco sul-americanos rechaçavam. Além disso, alguns países, tendo à frente a França, posicionaram-se contra o acordo.

Outro fator que levou a um recuo no que havia sido negociado diz respeito a compras governamentais. Desde que assumiu, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vem dizendo que esse ponto precisa ser revisto.

Ele reforçou sua posição, em dezembro do ano passado, na abertura da Conferência Eleitoral do PT, quando Lula falava sobre a competitividade do agronegócio brasileiro.

— É por isso que nós não fizemos acordo com a União Europeia, porque a gente não quer ceder em compras governamentais. Compras governamentais é uma coisa pra gente atender os interesses do governo, do fortalecimento da indústria e fazer com que as nossas micro, pequenas e médias empresas cresçam. É por isso que nós vamos voltar a colocar componente nacional, vamos voltar a fazer navio e vamos exigir, pelo menos, 65% de conteúdo nacional nas coisas fabricadas, para gerar emprego aqui dentro.

Na última segunda-feira, Lula disse que os países europeus precisam resolver as próprias contradições, para que o acordo avance. Ao lado do presidente da Itália, Sergio Mattarella, ele declarou:

— Reiterei ao presidente italiano o interesse do Brasil em concluir, o quanto antes, um acordo com a União Europeia que seja equilibrado e que contribua para o desenvolvimento das duas regiões. Explicitei que o avanço das negociações depende de os europeus resolverem suas próprias contradições internas.

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