Governo monta em Fortaleza centro de acolhimento a deportados que chegam dos EUA
Equipes dos Ministérios dos Direitos Humanos, Relações Exteriores, Justiça e do governo do Ceará estão no aeroporto de Fortaleza para receber os repatriados
O governo federal e o governo do Ceará organizaram equipes para receber os deportados brasileiros que pousam em Fortaleza e chegam dos Estados Unidos na tarde desta sexta-feira. Serão fornecidos alimentos, água, internet e pontos para carregar aparelhos eletrônicos.
Integrantes da Força Nacional do Sistema Único de Saúde (SUS), equipe criada para lidar com situações emergenciais de saúde, também foram destacados para estar no aeroporto e receberem os brasileiros.
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Os repatriados que desembarcarem no aeroporto da capital cearense poderão ser atendidos no Posto Avançado de Atendimento Humanizado ao Migrante, coordenado pela Secretaria de Direitos Humanos do Ceará. A estrutura está localizada nas proximidades da área de desembarque internacional do aeroporto.
Também há postos de acolhida dentro da área de embarque, além de uma outra estrutura na rodoviária de Fortaleza, disponível para os deportados que decidirem ficar no Ceará.
A secretária-executiva do Ministério dos Direitos Humanos, Janine Mello, coordena a acolhida.
A secretária de Direitos Humanos do governo do Ceará, Socorro França, também está presente no aeroporto para organizar a recepção aos repatriados.
Integrantes da Polícia Federal cuidam dos serviços de imigração e o Ministério das Relações Exteriores está em contato permanente com o governo americano para negociar que os brasileiros tenham tratamento humanitário.
“Equipes habilitadas estarão disponíveis para prestar informações sobre serviços essenciais, incluindo procedimentos para matrícula na rede de ensino e regularização vacinal, garantindo um retorno seguro e assistido aos seus destinos finais”, diz nota do governo federal.
São 111 imigrantes que vão retornar agora ao Brasil. Desse total, cerca de 80% são de Minas Gerais e devem pegar um novo voo para serem transportados para o aeroporto de Confins, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.
O trajeto até Fortaleza foi providenciado pelo governo dos Estados Unidos e inicialmente a previsão era que o voo tivesse Belo Horizonte como primeira parada no Brasil.
Por determinação do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o Ministério das Relações Exteriores negociou com o governo estrangeiro a alteração da rota.
Como Fortaleza é uma cidade litorânea, o objetivo foi evitar que os passageiros sobrevoassem o mínimo possível o território nacional com algemas.
Um diplomata brasileiro foi designado para acompanhar o embarque dos deportados.
A criação de um grupo de trabalho foi motivada por um incidente considerado grave e inaceitável pelo governo brasileiro.
Na noite de 24 de janeiro, 88 brasileiros deportados pelos Estados Unidos desembarcaram em Manaus (AM) algemados e com correntes nos pés. Também relataram maus-tratos sofridos dentro da aeronave.