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Governo pede neutralidade a servidores sobre conflito no Oriente Médio. Entenda

Demissão do presidente da EBC deixa servidores, principalmente os que atuam em cargos de chefia, de orelha em pé.

Pimenta fala sobre orientação do GovernoPimenta fala sobre orientação do Governo - Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil

A demissão do presidente da Empresa Brasileira de Comunicação (EBC), Hélio Doyle, na quarta-feira passada, por ter compartilhado uma postagem no seu perfil no X (antigo Twitter) que diz que apoiadores de Israel são “idiotas”, tem deixado servidores, principalmente os que atuam em cargos de chefia, de orelha em pé.

Em Brasília, o direcionamento, feito informalmente pelo ministro das Comunicações, Paulo Pimenta, é que os servidores usem do bom-senso e tratem o tema com neutralidade em seus perfis nas redes sociais.

“Não existe uma recomendação formal. A posição do governo é a posição do presidente. É bom senso”, afirmou, ontem, Paulo Pimenta à rede CNN.

Desde o ataque do Hamas a Israel, no último dia 7, o Governo Lula tem recebido críticas por não classificar o grupo como terrorista. O presidente e alguns ministros usaram expressões como “ataques terroristas” e “atos terroristas”, mas sem associá-las expressamente à organização responsável pelos ataques com assassinatos e sequestros de civis, incluindo crianças, em Israel nos últimos dias.

Em defesa sobre a neutralidade do Governo Lula diante do tom contra o Hamas, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, emitiu, ontem, uma nota, na qual afirma que a posição do Brasil vai de encontro à adotada pelo Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) para designar entidades terroristas, que não inclui o grupo palestino.

“O Hamas é um partido político também, tem um lado administrativo, e tem duas brigadas, que são o braço armado. Nem a organização como um todo, nem as brigadas foram consideradas organizações terroristas pelo Conselho de Segurança da ONU até agora. Portanto o Brasil segue essa orientação”, disse o ministro.

O comunicado do ministro chega pouco mais de uma semana após a oposição ao Governo Lula, liderada pelo deputado Rodolfo Nogueira (PL) com aval de mais 61 deputados, protocolar requerimento na Câmara solicitando ao Itamaraty que o Governo reconheça o Hamas como organização terrorista.

“A declaração oficial do Hamas como organização terrorista é de extrema importância para que o governo brasileiro possa tomar medidas firmes contra a organização”, diz o texto.

Lula, por outro lado, ignora a tentativa da oposição em usar o que ocorre no Oriente Médio para desgastar o seu governo. Na mensagem mais recente sobre o conflito, que já deixou pelo menos 1.500 palestinos e cerca de 1,3 mil israelenses mortos, o foco do presidente tem sido o de solicitar que um corredor humanitário seja aberto para retirada de mais de um milhão de pessoas, a maioria civis, da região do conflito.

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