Logo Folha de Pernambuco

BRASIL

Governo vai enviar projetos sobre 'retaguarda jurídica' para policiais e mineração em fronteiras

Propostas que vão ser encaminhadas ao Congresso constam em lista de agenda prioritária no Legislativo para 2022

Presidente Jair Bolsonaro Presidente Jair Bolsonaro  - Foto: Clauber Cleber Caetano/PR

O governo federal formalizou nesta quarta-feira seus projetos prioritários no Congresso em 2022. Uma portaria publicada no Diário Oficial da União (DOU) lista 45 propostas, sendo 39 que já tramitam no Legislativo e seis que estão sendo formuladas. A lista foi elaborada pela Casa Civil.

Entre os cinco projetos que constam como "em formulação no Executivo", estão um que trata sobre a "retaguarda jurídica dos policiais". O presidente Jair Bolsonaro costuma defender um excludente de ilicitude para militares, mas a proposta tem resistência no Congresso.

Também estão em elaboração textos sobre mineração em faixa de fronteira, "direito das vítimas", microcrédito e uma proposta de integrar o Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro) com o Programa de Subvenção ao Prêmio de Seguro Rural (PSR).

A portaria lista como "em formulação no Congresso Nacional" um projeto sobre tributos federais incidentes sobre o diesel, que deverá tratar da autorização para redução de impostos. Duas Propostas de Emenda à Constitução (PECs) sobre o tema foram apresentadas nos últimos dias, uma na Câmara e outra no Senado, mas ela não são listadas na portaria.

Entre as propostas que já tramitam no Legislativo, foram listados desde a redução da maioridade penal até o ensino domiciliar, passando pela regularização fundiária (apelidada por críticos de "PL da grilagem") e pela mineração em terras indígenas.

Também estão na lista a privatização dos Correios, a regulamentação do lobby, a renegociação de dívidas do Fies e a caracterização de pedofilia como crime hediondo.

No ano passado não houve publicação no DOU, mas Bolsonaro entregou aos presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), uma lista com 35 projetos que o governo considerava prioritários. Destes, apenas 13 foram aprovados nas duas Casas (37%), todos da área econômica. Cinco foram aprovados apenas pela Câmara ou pelo Senado, e 17 não foram aprovados por nenhuma das duas.

Entre as prioridades do governo no campo econômico estão três projetos que comporiam a reforma tributária desenhada pela equipe de Paulo Guedes, e que foi dividida em capítulos. Parada na Câmara desde que foi apresentada, em julho de 2020, está a proposta que cria a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS). O projeto foi o primeiro capítulo da reforma desenhada por Guedes e teve o relator, Luiz Carlos Motta (PL-SP), designado em junho do ano passado. Não há parecer para o projeto.

No Senado, o governo destaca a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 110, que está sendo relatada pelo senador Roberto Rocha (PSDB-AM). O principal eixo do texto é a criação de um imposto sobre valor agregado (IVA) Dual, com um tributo exclusivo para a União (PIS e Cofins) e outro para estados e municípios (ICMS e ISS). Esse parecer deve ser lido na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) ainda em fevereiro, e é o texto que já foi mais amplamente discutido.

O governo também quer priorizar a reforma do Imposto de Renda, o PL 2337/21. O projeto do Executivo chegou a ser aprovado na Câmara, mas foi engavetado pelo relator da proposta no Senado, Angelo Coronel (PSD-BA), que apresentou um novo texto propondo apenas a atualização da tabela do Imposto de Renda para Pessoa Física (IRPF).

Veja também

Governadora Raquel Lyra anuncia licitação para duplicação de trecho da BR-232
PE na Estrada

Governadora Raquel Lyra anuncia licitação para duplicação de trecho da BR-232

Advogado diz que Cid confirmou que Bolsonaro sabia de plano para matar Lula, mas depois recua
DEPOIMENTO

Advogado diz que Cid confirmou que Bolsonaro sabia de plano para matar Lula, mas depois recua

Newsletter