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TST

Grupo de advogados ligado a Lula atua junto ao presidente contra nome preferido de Lira para o TST

Prerrogativas municiou presidente e ministros com posts em que Adriano Avelino faz ataques ao chefe do Executivo

Arthur Lira e LulaArthur Lira e Lula - Foto: Ricardo Stuckert/Presidência da República

O Grupo Prerrogativas, que reúne advogados simpatizantes do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, tem atuado nos bastidores para evitar a nomeação de Adriano Costa Avelino, nome do presidente da Câmara, Arthur Lira, para uma vaga de ministro do Tribunal Superior do Trabalho (TST).

Os advogados municiaram, nos últimos dias, os ministros e o próprio Lula com postagens antigas nas redes sociais em que Avelino faz ataques ao atual presidente, à ex-presidente Dilma Rousseff e aparece em atos de apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro.

Em uma delas, de março de 2016, o candidato à vaga no TST diz que Lula, Dilma e seus apoiadores deveriam ter como punição a “guilhotina”. “A punição para Dilma e Lula e seus apoiadores é a guilhotina. Mas antes tem que cortar a língua para pararem de latir”, escreveu o advogado, um dia depois de o então juiz Sergio Moro, responsável pela Lava-Jato, divulgar gravações telefônicas em que Lula conversava com Dilma sobre a sua nomeação para o ministério da então presidente. A publicação foi apagada de seu perfil no X, antigo Twitter.

Avelino é advogado de Lira. O presidente da Câmara defende a escolha do candidato, que é de Alagoas, o seu estado. O Prerrogativas defende que a vaga fique com Antonio Fabrício de Matos Gonçalves, de Minas, que faz parte do grupo. A lista tríplice escolhida pelos atuais ministros do TST tem, além de Avelino e Fabrício, o nome de Roseline Morais, de Sergipe. Caberá a Lula escolher um dos três para o posto do tribunal, a última instância da Justiça Trabalhista.

— Defendemos a escolha do Fabrício porque ele tem o respaldo dos advogados progressistas. Vai ter uma atuação isenta, mas com um olhar atento para os direitos dos trabalhadores em um momento em que a legislação trabalhista tem sido recorrentemente questionada — afirma Marco Aurélio de Carvalho, coordenador do Prerrogativas.

Indagado se atua contra Avelino, Marco Aurélio disse que o Prerrogativas não faz “pauta negativa contra ninguém” e destaca que tem uma boa relação pessoal com o candidato de Alagoas.

Procurado, Avelino classificou as postagens contra Lula como “um erro e uma infelicidade” . Disse ainda que, na época que fez as publicações, se arrependeu e pediu desculpas.

— Tenho uma trajetória de mais de 30 anos na advocacia e já estive uma lista tríplice do TST uma vez.

Em relação à atuação de Lira pela sua nomeação, o advogado afirmou que “os políticos alagoanos que conhecem o seu trabalho o apoiam”. Nas suas redes sociais, Avelino costuma republicar postagens do presidente da Câmara. Na época da eleição de 2022, exaltou a vitória do parlamentar nas urnas.

Nas conversas com integrantes dos governos, os advogados do Prerrogativas argumentam que Arthur Lira já foi contemplado em novembro do ano passado com a nomeação de José Carlos Meyer para o Tribunal Federal da 1ª Região (TRF-1).

O presidente da Câmara tem uma relação marcada por idas e vindas com o governo. No dia 11, Lira chamou o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, de “desafeto pessoal”. Nesta semana, em entrevista para “Conversa com Bial”, da TV Globo, disse que foi um erro ter feito aquela afirmação. No último domingo, o presidente da Câmara se reuniu com Lula, no Palácio da Alvorada.

Já o Prerrogativas surgiu a partir de um grupo de Whatsapp como contraponto crítico à Operação Lava-Jato. Foi em um jantar de fim de ano do grupo em 2021 que Lula e Geraldo Alckmin fizeram a primeira aparição pública juntos depois que foi revelado que os dois negociavam a formação de uma chapa para a eleição presidencial do ano seguinte. Depois de eleito, Lula contemplou o Prerrogativas como a nomeação de Fabiano Silva, que era braço direito de Marco Aurélio de Carvalho na coordenação do grupo, para presidir os Correios.

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