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Justiça

Hacker da Vaza-Jato é preso por descumprir decisão judicial

Segundo a PF, Walter Delgatti continuou usando a internet, mesmo proibido, e mudou de endereço sem avisar a Justiça

Walter Delgatti Neto descumpriu determinação de judicial de não usar a internet  e criou e-mails e uma conta em um site de compras. Walter Delgatti Neto descumpriu determinação de judicial de não usar a internet e criou e-mails e uma conta em um site de compras.  - Foto: Reprodução/Instagram

O hacker Walter Delgatti Neto foi preso pela Polícia Federal nessa terça-feira na cidade de São Paulo. Ele ficou conhecido em 2019 por invadir perfis no aplicativo Telegram e vazar mensagens de procuradores da Operação Lava-Jato. Segundo os investigadores, Delgatti descumpriu ordens impostas pela Justiça.

Em um relatório, a PF destacou que Delgatti descumpriu determinação de judicial de não usar a internet – e criou e-mails e uma conta em um site de compras. Os investigadores apontaram que foi criado um e-mail, ligado à conta bancária do hacker, para angariar doações por meio de Pix. Os acessos a esses endereços eletrônicos, segundo a apuração, foram feitos em setembro, outubro e novembro de 2022.

Ainda de acordo com a PF, Delgatti criou uma conta num site de compras na qual enviou documentos “contendo autofotografias em datas posteriores à decisão judicial de proibição de acesso à internet”. Os investigadores identificaram também a criação de contas para serviço de backup em nuvem, em julho, agosto e dezembro de 2022, uma delas contendo “envio de documentos e selfies de Walter”.

No pedido de prisão, as autoridades registraram que Delgatti não podia ser encontrado nos dois endereços que forneceu à Justiça, em Araraquara e Ribeirão Preto, no interior de São Paulo.

Ao analisar o caso, o Ministério Público Federal afirmou que “resta claro que Walter Delgatti Neto, além de não ter interrompido o seu acesso à internet, deixou propositalmente de atualizar seu endereço perante a Justiça Federal, tendo apenas deixado seu contato com um porteiro do edifício de onde se mudou há mais de três meses, sem informar outro endereço correto, o que evidentemente demonstra o intuito de se ocultar de eventual decisão judicial”.

A prisão preventiva foi decretada pelo juiz Ricardo Leite, da 10ª Vara Federal de Brasília. A audiência de custódia, para verificar a legalidade da medida, foi realizada nesta terça-feira em São Paulo. Delgatti foi acompanhado pelo advogado Ariovaldo Moreira.

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