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CPI do 8 de Janeiro

Hacker Delgatti é convocado para prestar depoimento aos parlamentares

Deputados e senadores decidiram pedir convocação após ação da Polícia Federal; ao GLOBO defesa de investigado disse que ele comparecerá 'com certeza'

Hacker Walter Delgatti NetoHacker Walter Delgatti Neto - Foto: Reprodução/Youtube

A Comissão Parlamentar de Inquérito Mista (CPMI) do 8 de janeiro aprovou nesta quinta-feira, 3, a convocação do hacker Walter Delgatti. Quatro pedidos para ouvir Delgatti foram apresentados ao colegiado após a operação da Polícia Federal. Os requerimentos foram aprovados na sessão dessa quinta-feira, 3, após o presidente do colegiado, deputado Arthur Maia (União-BA), aceitar inserir os pedidos na pauta do dia.

Os parlamentares aprovaram um bloco de convocações. Além de Delgatti, foram convocados a soldado Marcela Pinno, que chegou a ser jogada de uma altura de três metros durante os ataques; Cíntia Queiroz, coronel da Polícia Militar do Distrito Federal e ex-subsecretária de Operações da Secretaria de Segurança Pública do DF; sargento Luís Marcos dos Reis, antigo supervisor a Ajudância de Ordens da Presidência da República.

Ontem, quando os pedidos foram protocolados a defesa de Delgatti afirmou ao Globo que o hacker comparecerá "com certeza". Alvo de um mandado de prisão preventiva na quarta-feira, Delgatti relatou à Polícia Federal que o ex-presidente Jair Bolsonaro lhe perguntou se era possível invadir a urna eletrônica. O questionamento teria sido feito pelo então presidente no Palácio do Alvorada em um encontro ocorrido em agosto de 2022, conforme o depoimento de Delgatti.

Delgatti e a deputada Carla Zambelli (PL-SP) são os dois principais investigados da operação. A parlamentar foi alvo de mandados de busca e apreensão, enquanto Delgatti foi preso preventivamente.

—Zambelli trouxe o hacker para o interior do golpe com aval de Bolsonaro, por isso quero convoca-lo à CPI—afirmou o deputado Rogério Correia (PT-MG), um dos autores dos pedidos de convocação

Além dele, os deputados Duarte Junior (PSB-MA) e Jandira Feghali (PcdoB-RJ), além da relatora da CPI, senadora Eliziane Gama (PSD-MA) também pediram a convocação.

“A oitiva do Walter Delgatti Netto, conhecido como “hacker de Araraquara”, poderá auxiliar esta Comissão a esclarecer como a deputada Carla Zambelli atuou de modo a questionar a legitimidade do sistema eleitoral brasileiro nas eleições de 2022. O depoimento nos parece fundamental para a investigação dos fatos desta Comissão de Inquérito”, escreveu a relatora no pedido.

Duarte Junior justifica o pedido dizendo que um dos eixos de investigação da CPI é a apuração dos possíveis incitadores dos atos golpistas, que não se limitaram apenas ao dia 8 de janeiro. “Foram desencadeados a partir do resultado das eleições, resultando em uma escalada de violência e ações que culminaram com a invasão dos prédios dos três poderes da República”, diz o deputado.

Conhecido por hackear o celular de autoridades da Operação Lava Jato, Delgatti contou à PF que Carla Zambelli passou a contatá-lo, "pois queria que ele invadisse a urna eletrônica ou qualquer sistema da Justiça brasileira para demonstrar a fragilidade do sistema judicial pátrio".

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