Polêmica

"Ibaneis havia sido alertado sobre possível risco de nomear Torres", diz governadora interina do DF

Celina Leão estendeu a responsabilidade dos ataques golpistas ao Exército, que, segundo ela, não agiu para desfazer os acampamentos bolsonaristas

Foto: Reprodução

A governadora interina do Distrito Federal, Celina Leão (PP), afirmou, em entrevista ao jornal O Globo, que o governador afastado Ibaneis Rocha (MDB) havia sido alertado sobre possível risco relacionado à nomeação do ex-ministro Anderson Torres para a Secretaria de Segurança.

Celina disse que a opinião dela sempre foi a de que a nomeação de Torres poderia causar "problemas" para Ibaneis. "Talvez a boa-fé do governador o tenha colocado nessa situação, por não acreditar que poderia ser sabotado, mesmo tendo sido alertado por diversas pessoas", declarou.

Segundo a governadora interina, Ibaneis quis nomear Torres, mesmo o PT pedindo formalmente para que ele não o fizesse. O governador afastado, disse ela, dizia que o ex-ministro havia sido secretário antes e que não houve problema.

Celina disse estranhar a ida de Torres aos Estados Unidos, ainda antes do período destinado às férias do ex-secretário. Antes da viagem, o ex-secretário exonerou funcionários relacionados à inteligência da Secretaria de Segurança do DF, deixando o órgão sem coordenação.

A governadora estendeu a responsabilidade dos ataques golpistas, terrorismo e vandalismo ao Exército, que, segundo ela, não agiu para desfazer os acampamentos de bolsonaristas em frente aos Quartéis Generais.

Celina lembrou que o governo do Distrito Federal tentou retirar o acampamento e foi impedido pelo Exército. "Quando você coloca a Polícia Militar para tirar os manifestantes, e o Exército não deixa, há um erro de comando entre as forças".

Celina, mesmo sendo aliada do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), admite que a falta de pronunciamento do ex-capitão incentivou os atos terroristas. Para ela, uma única fala dele poderia ter evitado o que aconteceu em Brasília no último dia 8.

"Por outro lado, o movimento estava tão extremado que, talvez, a preocupação dele (Bolsonaro) era perder os apoiadores se falasse. Nesse cenário, o prejuízo teria sido menor do que o prejuízo que está acontecendo agora", analisou.


 

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