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ATOS TERRORISTAS

Ibaneis teria alertado Dino sobre manifestações do domingo (8)

Em depoimento, governador afastado disse ainda que Exército impediu dissolução dos acampamentos

Ibaneis Rocha, governador do Distrito Federal afastado pelo ministro do STF, Alexandre de MoraesIbaneis Rocha, governador do Distrito Federal afastado pelo ministro do STF, Alexandre de Moraes - Foto: Valter Campanato / Agência Brasil

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O governador afastado Ibaneis Rocha (MDB) deu um depoimento à Polícia Federal, na tarde de hoje (13), informando que na véspera do ataque teria enviado um ofício alertando o ministro da Justiça, Flávio Dino, sobre os riscos das manifestações na Esplanada. A informação foi dada com exclusividade pela colunista Eliane Catanhêde na Globonews. Nem Dino e nem o governador afastado confirmaram a informação.

Sobre o dia dos ataques em Brasília, o Jornal Nacional, que teve acesso ao documento da confissão, Ibaneis afirmou que, no dia 7 de janeiro de 2023, recebeu uma mensagem do ministro da Justiça Flávio Dino, "relatando preocupação com a chegada de vários ônibus com manifestantes". Ibaneis afirmou que "imediatamente" ligou para o seu ex-secretário de Segurança Pública, Anderson Torres.

Mas, segundo conta o governador afastado, Torres "havia acabado de chegar aos Estados Unidos, repassando imediatamente o telefone para Fernando de Souza Oliveira, secretário interino. Oliveira por sua vez, relatou o governador, o tranquilizou "afirmando haver informações que os manifestantes estavam chegando pacificamente ao QG do Exército para a manifestação do dia 8 de janeiro". Após receber a resposta, Ibaneis afirmou que repassou as informações para Flávio Dino.

Dia 8

Já no dia 8, Ibaneis disse à Polícia Federal que foi, novamente, tranquilizado pelo secretário interino e que repassou todas as mensagens à Flávio Dino. Por conta disso, o governador disse que "viveu uma manhã de domingo com normalidade, inclusive indo à missa de meio-dia".

Além disso, quando chegou em casa, Ibaneis recebeu outra mensagem do secretário, informando que tudo estava "tranquilo".

O governador contou que acompanhou a movimentação na Esplanada dos Ministérios pela televisão, quando viu o início de um tumulto próximo ao Congresso Nacional, e determinou ao secretário interino colocar todo efeito das forças de segurança na rua. "Tira esses vagabundos do Congresso e prendam o máximo possível", disse ele ao secretário.

Fora do Controle

No entanto, o chefe do Executivo recebeu outra mensagem do secretário, informando que "as coisas tinham saído do controle" e solicitando apoio do Exército e de outras forças de segurança.

Após a situação ser controlada, Ibaneis disse que exonerou Anderson Torres por ele estar fora do País em um momento trágico.

Exército

Ele também afirmou, nas três horas de depoimento, que o Exército impediu a retirada do acampamento de bolsonaristas localizado em frente ao Quartel-General, em Brasília.

De acordo com o governador afastado, o Governo do Distrito Federal (GDF) "manteve contato com os comandantes militares para organizar a retirada pacífica dos acampados".

Ibaneis disse ainda que foi definida a data de 29 de dezembro de 2022 para o início da remoção dos bolsonaristas, porém, o prazo foi "sustado por ordem do comando do Exército". Além disso, Ibaneis afirmou que algumas barracas chegaram a ser removidas, no entanto, policiais militares e agentes do DF Legal não conseguiram terminar o trabalho por "oposição das autoridades militares".

No depoimento, o governador afastado afirmou que as tratativas com o Exército ficavam a cargo da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF) e que a equipe de transição do governo federal "tinha conhecimento da oposição do Exército na retirada dos acampamentos".

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