Imagens da Câmara mostram momento da explosão de bombas em carro
Com a fumaça visível desde às 19h28, episódio provocou um engarrafamento nos arredores da Casa Legislativa
Imagens de câmeras de segurança obtidas pelo Globo mostram o momento em que o carro de Francisco Wanderley Luiz pega fogo no estacionamento da Câmara dos Deputados na noite de quarta-feira.
Com a fumaça da explosão visível desde às 19h28, o episódio provocou um engarrafamento nos arredores da Casa Legislativa logo em seguida.
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Veja a seguir o passo a passo do homem durante as detonações.
FOGO E EXPLOSÃO EM CARRO NO ESTACIONAMENTO DO ANEXO DA CÂMARA
Um carro com placa de Santa Catarina pegou fogo e explodiu no estacionamento do anexo IV da Câmara dos Deputados pouco antes da explosão próxima ao prédio do Supremo Tribunal Federal (STF).
Segundo boletim de ocorrência da Polícia Civil do Distrito Federal, o dono do carro é Francisco Wanderley Luiz, que foi candidato a vereador pelo PL em Rio do Sul, no Vale do Itajaí, em Santa Catarina, em 2020, mas não se elegeu.
Segundo os policiais que atenderam a ocorrência, o carro tinha explosivos na mala, com uma espécie de bomba caseira, com pólvora e tijolos. Em entrevista coletiva nesta quinta-feira, o diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Rodrigues, afirmou que a suspeita é de que a bomba no carro tenha sido acionado de forma remota.
CAMINHADA ATÉ O STF
A polícia identificou que o dono do veículo que tinha explosivos na mala, Francisco Wanderley Luiz, é o mesmo que foi encontrado morto na Praça dos Três Poderes.
O homem caminhou por cerca de 400 metros, desde o local em que o automóvel estava estacionado, até as imediações do STF. Ele carregava uma mochila e um guarda-chuva.
De acordo com imagens de câmeras de segurança, Wanderley chegou pela lateral da Praça dos Três Poderes e se direcionou para a estátua da Justiça.
RETIRADA DE ARTEFATOS DE MOCHILA
Em frente à estátua da Justiça, Wanderley se agachou e retirou alguns artefatos da mochila, como uma blusa. Segundo a Polícia Federal, ele também carregava um extintor de incêndio adulterado e preenchido com combustível, que seria usado como uma espécie de lança-chamas.
A movimentação de Wanderley chamou atenção de um segurança, que se aproximou do homem enquanto ele retirava os itens da mochila.
ARTEFATO JOGADO CONTRA A ESTÁTUA DA JUSTIÇA
Diante da aproximação do segurança do STF, Wanderley abriu a camisa e o advertiu para não se aproximar. Em depoimento à Polícia Civil, o vigilante afirmou ter avistado neste momento um objeto semelhante a um relógio digital, que acreditou tratar-se de uma bomba.
Segundo o presidente do STF, Luís Roberto Barroso, em discurso na tarde desta quinta-feira durante sessão da Corte, Wanderley jogou um pano antes de arremessar o primeiro artefato.
No depoimento do segurança do Supremo, Wanderley arremessou o primeiro artefato na direção da estátua da Justiça, que fica diante do prédio do STF. O item, porém, não acertou o monumento.
EXPLOSÃO DEITADO
De acordo com a PF, os artefatos arremessados por Wanderley foram construídos de "maneira artesanal" e tinham o propósito de simular uma granada, com "alto grau de lesividade".
As imagens de câmeras de segurança do STF mostram que o homem fez uma série de arremessos, que geraram explosões.
Em meio aos arremessos de explosivos por parte de Wanderley, o segurança do STF solicitou apoio de imediato, momento em que o homem se afasta da estátua e, na sequência, deita no chão.
Segundo o segurança, deitado, Wanderley acendeu o último artefato, o colocou na cabeça com um travesseiro e aguardou a explosão.
Acionada ao local, uma equipe do esquadrão antibomba explodiu por volta das 0h30 desta quinta-feira outros dois artefatos explosivos que seguiam ao lado do corpo do homem.
Além disso, a PF detonou mais explosivos, na manhã desta quinta-feira, em uma casa que havia sido alugada por Wanderley nos arredores de Brasília. A detonação foi feita por um robô empregado pela PF para verificar a área antes da entrada dos policiais.
Agentes da PF também encontraram um trailer com explosivos nas imediações da Praça dos Três Poderes. A suspeita é de que o trailer tenha sido levado por Wanderley desde Santa Catarina até Brasília.