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Imprensa internacional repercute indiciamento de Bolsonaro por fraude em cartões de vacina

As irregularidades investigadas pela corporação foram feitas nos sistemas de unidades de saúde de Duque de Caxias (RJ)

Jair BolsonaroJair Bolsonaro - Foto: SILVIO AVILA / AFP

A imprensa internacional repercutiu nesta terça-feira, 19, o indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pela Polícia Federal (PF) por fraude em cartões de vacina contra a covid-19. A ação da PF ocorreu após a conclusão das investigações da Operação Venire, que apurou falsificações no sistema do Ministério da Saúde. O ex-chefe do Executivo foi indiciado pelos crimes de associação criminosa e inserção de dados falsos em sistema de informação.

Também foram indiciados outras 16 pessoas entre militares, servidores públicos e ex-assessores de Bolsonaro. Segundo a PF, o ex-presidente ordenou que o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência, fraudasse o cartão dele e o da filha, Laura.

As irregularidades investigadas pela corporação foram feitas nos sistemas de unidades de saúde de Duque de Caxias (RJ) e Cabeceiras (GO).

O jornal The New York Times, dos Estados Unidos, destacou que a investigação é "mais uma que se aproxima do ex-presidente", fazendo referência ao inquérito que investiga Bolsonaro e seus aliados por uma tentativa de golpe de Estado após o término das eleições de 2022. A reportagem também disse que o ex-presidente entrou nos EUA "várias vezes enquanto o país exigia comprovantes vacinais".

O La Nación, da Argentina, citou a viagem aos Estados Unidos no título da reportagem e afirmou que Mauro Cid era a "sombra" do ex-presidente enquanto ele esteve à frente do Palácio do Planalto.

O britânico The Guardian disse que Bolsonaro foi "um dos poucos líderes mundiais a protestar contra a vacina", "incentivando a sociedade a seguir o seu exemplo". O jornal também afirmou que o ex-presidente mantém uma base eleitoral firme, citando as centenas de milhares de apoiadores que foram até a Avenida Paulista no ato convocado por ele no final do mês passado.

O jornal espanhol El País apontou que, desde que Bolsonaro deixou o poder em 2022, as investigações contra ele "se multiplicaram". O periódico destacou que o certificado vacinal foi necessário para que Bolsonaro pudesse viajar para os Estados Unidos, nas vésperas do fim do seu mandato, como forma de "evitar a posse" do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT)

O jornal norte-americano The Washington Post publicou uma reportagem chamando o ex-chefe do Executivo de "antivacina". Segundo o veículo, "o indiciamento certamente inflamará ainda mais a divisão no Brasil, polarizada por quatro anos de retórica incendiária de Bolsonaro, negação científica e políticas governamentais conservadoras de linha dura".

A reportagem do jornal português Diário de Notícias afirma que a PF encontrou elementos que comprovam crime por parte do ex-presidente. "O processo segue agora para o Ministério Público, que decide se apresenta denúncia à Justiça ou arquiva a apuração", destacou o veículo de comunicação lusitano.

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