Indiciados pela PF por tentativa de golpe seguem negando acusações; veja o que dizem
No total, foram 37 pessoas indiciadas pela Polícia Federal
Indiciados pela Polícia Federal pelos crimes de tentativa de golpe de Estado, tentativa de abolição do Estado democrático de direito e organização criminosa, o ex-presidente Jair Bolsonaro, os ex-ministros Braga Netto (Defesa e Casa Civil), Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional) e Paulo Sérgio Nogueira (Defesa) e mais 33 pessoas, negam ter participado da trama golpista.
De acordo com a PF, foi identificada uma "organização criminosa que atuou de forma coordenada, em 2022, na tentativa de manutenção do então presidente da República no poder" após a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva. Os indiciados que já se manifestaram negam acusações.
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Veja abaixo as posições de que já se manifestou:
Jair Bolsonaro
Indiciado pela Polícia Federal por envolvimento em uma trama golpista no fim de seu governo, o ex-presidente Jair Bolsonaro negou ter participado de discussões sobre o assunto e atribuiu a conclusão do caso à "perseguição política".
— Nunca debati golpe com ninguém. Se alguém viesse falar de golpe comigo, eu perguntaria: "E o day after? Como a gente fica perante o mundo?". A palavra golpe nunca esteve no meu dicionário. Jamais faria algo fora das quatro linhas da Constituição. Dá pra resolver tudo nas quatro linhas — afirmou o ex-presidente ao desembarcar em Brasília após uma temporada em Alagoas.
Augusto Heleno
Por meio de sua defesa, disse que não vai se manfiestar.
Fernando Cerimedo
O argentino Fernando Cerimedo, estrategista do presidente Javier Milei, disse que há provas de que ele pede para não ir ao Palácio do Planalto "nem antes nem durante o dia 8 de janeiro".
"Questionar os resultados não pode ser considerado um golpe de Estado", afirmou.
José Eduardo de Oliveira e Silva
A defesa do padre José Eduardo, ligado à Diocese de Osasco (SP), critiou o fato de a PF ter divulgado o nome dos indiciados. "A nota da Polícia Federal com a lista de indiciados é mais um abuso realizado pelos responsáveis da investigação e, tendo publicado no site oficial do órgão policial, contamina toda instituição e a torna responsável pela quebra da determinação do Ministro de sigilo absoluto", escreveu a defesa.
Marcelo Costa Câmara
A defesa do coronel Marcelo Câmara disse que "discorda veementemente do indiciamento, pois entende que ele não se sustenta diante da ausência de qualquer elemento concreto que vincule" o seu cliente às condutas investigadas. "Confiamos que o representante do Ministério Público, em sua atuação isenta, técnica e guiada pela busca da verdade, reconhecerá a necessidade de diligências complementares para esclarecer integralmente os fatos".
Paulo Renato de Oliveira Figueiredo Filho
Paulo Figueiredo Filho disse que a conduta que lhe é atribuída é a "de reportar, com precisão, os acontecimentos envolvendo o alto comando do Exército brasileiro". "Curiosamente, não estive no Brasil sequer uma vez em 2022, tendo realizado todo o meu trabalho jornalístico nos Estados Unidos, onde resido há quase uma década".
Rafael Martins de Oliveira
A defesa afirma que ainda não teve acesso ao inquérito e não deve se pronunciar até ter conhecimento total.
Ronald Ferreira de Araujo Junior
A defesa disse que indiciamento de Ronald Ferreira de Araújo Júnior "não condiz, a toda evidência, com a realidade dos fatos". "Militar por vocação, Ronald não participou, a qualquer título, dos supostos crimes investigados, tampouco concorreu, intelectual ou materialmente, para a prática de qualquer conduta voltada à subversão da ordem jurídica do país que sempre procurou dignificar por meio da farda. A defesa, de todo modo, não obstante a conclusão da autoridade policial, confia na análise que será realizada pelo Ministério Público Federal e aguarda o acesso ao relatório da PF para maiores esclarecimentos", afirma.
Tércio Arnaud Tomaz
A defesa de Tércio Arnaud Tomaz disse "discorda veementemente do indiciamento, pois entende que ele não se sustenta diante da ausência de qualquer elemento concreto que vincule" o seu cliente às condutas investigadas. "Confiamos que o representante do Ministério Público, em sua atuação isenta, técnica e guiada pela busca da verdade, reconhecerá a necessidade de diligências complementares para esclarecer integralmente os fatos".
Valdemar Costa Neto
Não vai se manifestar.
Walter Souza Braga Netto
A defesa do ex-ministro Walter Braga Netto disse que "aguardará o recebimento oficial dos elementos informativos para adotar um posicionamento formal e fundamentado".
Almir Garnier Santos
Em nota, a defesa "reitera a inocência do investigado, esclarecendo que ainda não teve acesso integral aos autos".
Bernardo Romao Correa Netto
A defesa aguardará a manifestação da PGR sobre o indiciamento.
Guilherme Marques De Almeida
A defesa aguarda acesso ao inqúerito.