Inquérito da PF sobre fraudes em cartão de vacinação de Bolsonaro entra em semana decisiva
Quatro suspeitos de integrar suposto esquema de inserção de dados falsos nos sistemas do Ministério da Saúde serão ouvidos nesta semana
A Polícia Federal agendou para esta semana quatro depoimentos de pessoas suspeitas de integrarem um esquema registros falsos de vacinação contra a Covid-19. Para esta terça-feira (16), estão previstos os depoimentos do ex-presidente Jair Bolsonaro e de seu assessor Marcelo Costa Câmara, coronel do Exército.
O objetivo inicial da PF era ouvir Bolsonaro no último dia 3, quando foi deflagrada a operação que prendeu seis suspeitos de atuarem num esquema de inserção de dados falsos no sistema eletrônico do Ministério da Saúde. Na ocasião, o ex-presidente foi alvo de um mandado de busca e apreensão cumprido em sua casa e teve seu celular apreendido. A defesa de Bolsonaro, no entanto, pediu o adiamento do depoimento, porque queria ter acesso ao inquérito.
Para a próxima quinta-feira está marcado o depoimento do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid. Ele é um dos suspeitos presos. Quando foi detido, optou por ficar em silêncio, porque seus advogados não haviam tido acesso aos autos.
Após a prisão, o ex-ajudante de ordens trocou de advogados, passando a contar com um a assessoria do criminalista Bernardo Fenelon, especialista em delações premiadas e em lavagem de dinheiro. A expectativa de aliados de Bolsonaro é que o ex-ajudante de ordens assuma a fraude, conforme noticiou o colunista Lauro Jardim.
Leia também
• Caso da vacina: PF trabalha com duas possibilidades de crimes envolvendo Bolsonaro e Mauro Cid
• Áudios revelam preocupação de Mauro Cid e indicam gastos de Michelle em dinheiro vivo
• Bolsonaro afirma que vai processar Lula por declaração sobre mortes na pandemia
Na sexta, será a vez da oitiva da esposa de Cid, Gabriela Santiago Cid, que, assim como Bolsonaro, teve dados falsos inseridos no sistema do Ministério da Saúde.
Segundo a PF, o suposto esquema foi colocado em prática com a ajuda de agentes da Prefeitura de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, onde a inserção dos registros falsos efetivamente ocorreu.
Bolsonaro e seus advogados têm negado participação nas supostas fraudes.
— Não existe adulteração da minha parte. Não tomei a vacina. Ponto final — declarou o ex-presidente quando o caso veio à tona.