Internação de Lula: médico sugere gabinete em SP e viagem só 30 dias depois da cirurgia
Internação de Lula: médico afirma que, como o presidente foi atendido rapidamente, não deverá ter sequelas.
A cirurgia pela qual passou o presidente Lula (PT), na madrugada de ontem, é a mais simples na área e, como ele foi atendido rapidamente, não deverá deixar sequelas. A opinião é do médico cardiologista André Xavier, especialista em Medicina aeroespacial e de tráfego.
De acordo com ele, o ideal é que o presidente da República tenha cuidado para evitar quedas, a partir de agora, como toda pessoa idosa deve ter. No entanto, segundo o especialista, o mínimo para que o presidente volte para Brasília é um prazo de 30 dias antes de entrar de novo em um avião.
Em entrevista para à Folha, André Xavier disse que o recomendado numa cirurgia neurológica são 15 dias antes de voar novamente. "Sete dias é um prazo muito curto, não acredito que vão fazer isso. É preciso que as pessoas lembrem que estar em um voo não é como estar no chão. Tem a diferença de pressão e de oxigenação, tudo isso influencia", alertou Xavier.
"Quando você está em pressão atmosférica reduzida, a mais de dez mil metros, você tem expansão de volumes. Qualquer hemorragia será expandida. Já vi o caso de um piloto que passou por cirurgia odontológica e explodiu um dente durante um voo", relatou o especialista.
O mais prudente, segundo o médico, seria que o presidente tivesse um gabinete montado em São Paulo para trabalhar nos próximos 30 dias. Porém, se não for possível, que o próximo voo de Lula tenha UTI aérea e especialistas o acompanhando.
"Se você tem um idoso com hematoma subdural, deve evitar o expor em voo, justamente pelas quedas da pressão e da oxigenação. Se recomenda voar até três mil ou dois mil metros do nível do solo. Já tive casos de atender pacientes no ar e pedir para o piloto descer para três mil metros. Causa um desconforto tremendo no voo, tem muita turbulência, mas melhora a oxigenação do paciente", explicou Xavier.