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Atos golpistas

Interventor: barracas nos quartéis serviram de "centro de construção de planos contra a democracia"

Ricardo Cappelli, interventor na segurança pública do Distrito Federal, chamou o acampamento de "mini cidade golpista"

Ricardo CappelliRicardo Cappelli - Foto: José Cruz / Agência Brasil

O interventor federal na segurança pública do Distrito Federal, Ricardo Cappelli, afirmou nesta sexta-feira (27) que o acampamento montado em frente ao Quartel-General do Exército funcionou como um "centro de construção de planos contra a democracia".

Ao apresentar um relatório sobre o período da intervenção, que será entregue ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, Cappelli chamou o acampamento de "mini cidade golpista".

— A primeira questão é a centralidade do acampamento que foi montado em frente ao QG do Exército. A centralidade dele em tudo o que aconteceu e culminou no dia (8 de janeiro). Isso fica claro e evidente — afirmou. — Todos os atos de vandalismo passaram a sua organização, planejamento e ponto de apoio no acampamento, que virou um centro de construção de planos contra a democracia brasileira — disse Capelli.

Para embasar a sua argumentação, Cappelli declarou que foram identificadas 73 ocorrências policiais, de furto e roubo, no entorno do acampamento. Essas informações constam do relatório produzido pela equipe do interventor.

A intervenção federal começou na noite do dia 8 de janeiro, logo após a invasão e depredação das sedes dos Três Poderes da República, e encerra na próxima terça-feira, dia 31. A partir de então, o delegado da Polícia Federal Sandro Avelar assume a Secretaria de Segurança Pública do DF. Cappelli, por sua vez, volta à secretaria-executiva do Ministério da Justiça.

Avelar assume o cargo deixado pelo ex-secretário Anderson Torres, que foi exonerado no dia 8 e está preso por ordem do Supremo Tribunal Federal.

O relatório produzido pela equipe de Capelli mostra o passo a passo de como o acampamento foi montado desde o fim do segundo turno das eleições e desmontado no dia 9 de janeiro.

O texto também irá apontar omissões por parte de integrantes da Secretaria de Segurança Pública do DF e da Polícia Militar do DF que não conseguiram conter a invasão dos manifestantes aos prédios do Planalto, Congresso e STF.

Segundo Capelli, "não faltou informações" de inteligência que indicavam o que aconteceria na Praça dos Três Poderes. Ele diz que há registros de reuniões e informes da SSP mostrando esses alertas.

O interventor ainda enfatizou que houve "uma falha operacional" por parte da Polícia Militar do Distrito Federal.

— Há uma falha operacional, porque o relatório de inteligência, que existe, ele não gera o desdobramento adequado — disse o interventor, acrescentando que, conforme as imagens de segurança, havia apenas 150 homens na contenção inicial dos manifestantes.

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