Logo Folha de Pernambuco

REDE SOCIAL

Investigado por disseminar fake news, Allan dos Santos é acusado de litigância de má-fé pelo Google

Allan dos Santos, influenciador bolsonaristaAllan dos Santos, influenciador bolsonarista - Foto: Alessandro Dantas/Senado

Em batalha jurídica com o influenciador bolsonarista Allan dos Santos, o Google afirma que o dono do site Terça Livre faz afirmações falsas e distorce fatos deliberadamente no processo, e pede sua condenação por litigância de má-fé.

Na quinta-feira (21), o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, ordenou a prisão de Santos. A detenção foi determinada a pedido da Polícia Federal. A PGR (Procuradoria-Geral da República), por sua vez, foi contrária à medida.

Santos é investigado no Supremo no inquérito que apura a disseminação de fake news e ataques a integrantes da Corte e no que identificou uma milícia digital que atua contra as instituições democráticas do país.

O pedido do Google, feito na quinta-feira (14), se deu após os advogados de Santos alegarem que o Google descumpriu decisão da Justiça de SP quando tirou do ar o canal do Terça Livre no YouTube.

No entanto, diz o Google, o influenciador omitiu que havia sido informado que o motivo da exclusão havia sido a determinação de suspensão do canal por parte do Supremo Tribunal Federal e que ele havia sido informado disso.

A empresa anexou email enviado ao Terça Livre em que informa o motivo da remoção do canal.


Como mostrou o Painel, nas últimas semanas o Instagram, YouTube e Twitter suspenderam as contas de Santos e do seu site, o Terça Livre, também por ordem de Moraes no inquérito das mílicias digitais.

O Google diz que Santos apresenta "postura deliberada e sistemática de falsear a verdade para induzir percepções erradas no Poder Judiciário e/ou se valer do processo para fins de agitação midiática".

O YouTube, controlado pelo Google, retirou o canal do ar o Terça Livre no final de janeiro, após reiteradas infrações a regras da plataforma. Allan recorreu à Justiça e desde então as partes se enfrentam no Tribunal de Justiça de São Paulo.

No começo de janeiro, o Terça Livre publico u um vídeo que apresentava alegações falsas de que fraudes teriam afetado o resultado das eleições nos Estados Unidos, nas quais Donald Trump foi derrotado. O material foi removido pelo YouTube e o canal foi advertido.

Cinco dias depois, em 12 de janeiro, o Terça Livre publicou vídeo em que Trump falava sobre o ataque ao Capitólio e, segundo os advogados, romantizava os atos de violência política. O vídeo também foi excluído pelo YouTube e o Terça Livre recebeu suspensão de sete dias.

No dia seguinte à suspensão, o Terça Livre fez live em canal alternativo, o que culminou na decisão do Google de excluí-los da plataforma. Em fevereiro, Allan recorreu ao mesmo expediente e publicou conteúdo nos canais Cortes do Terça Livre e AllanDosSantos, que então também foram retirados de circulação.

Veja também

Indiciamento por tentativa de golpe esvazia Bolsonaro e fortalece alternativas na direita
PARTIDOS

Indiciamento por tentativa de golpe esvazia Bolsonaro e fortalece alternativas na direita

Cúpula do Exército espera que indiciamentos estanquem surgimento de fatos sobre conduta de militares
TRAMA GOLPISTA

Cúpula do Exército espera que indiciamentos por golpe estanquem novos fatos sobre conduta de militares

Newsletter