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Investigado por espionagem ilegal, Ramagem presta depoimento à PF

Atual deputado e ex-diretor da Abin foi alvo de mandados de busca e apreensão em ação autorizada por Alexandre de Moraes

Alexandre Ramagem assume  a diretoria-geral da PFAlexandre Ramagem assume a diretoria-geral da PF - Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

Alvo de um mandado de busca e apreensão, o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) vai prestar depoimento nesta quinta-feira (25) na Superintendência da Polícia Federal, em Brasília. Ele é investigado pela suspeita de fazer parte de um suposto esquema ilegal de monitoramento de desafetos do governo Bolsonaro.

Delegado da PF, ele foi diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) entre 2019 e 2022. Nesse período, um programa secreto chamado First Mile foi utilizado para monitorar a localização de políticos, jornalistas, advogados e adversários do ex-presidente. Ramagem deve ser questionado pelos investigadores se ele autorizou ou tinha conhecimento dessas ações. Em manifestações anteriores, ele sempre negou as irregularidades.

Autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, a PF cumpriu mandados de busca e apreensão no gabinete dele na Câmara dos Deputados e no apartamento funcional. Além de Ramagem, outros sete policiais federais e três servidores da Abin foram alvos da Operação Vigilância Aproximada, deflagrada hoje. As diligências ocorreram em Brasília/DF (18), Juiz de Fora/MG (1), São João Del Rei/MG (1) e Rio de Janeiro/RJ (1).

Ramagem é homem de confiança do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e foi escolhido por ele para disputar a prefeitura do Rio nas eleições municipais deste ano. Filho 02 de Bolsonaro, o vereador Carlos Bolsonaro foi definido como coordenador da campanha de Ramagem.

Segundo a PF, a espionagem ilegal era feita por meio do First Mile, que permite monitorar a localização de alvos pré-determinados através de aparelhos celulares. O caso foi revelado pelo GLOBO em março de 2023. O FirstMile tinha capacidade de monitorar, sem autorização judicial, os passos de até 10 mil pessoas por ano. Para isso, bastava digitar o número de um contato telefônico no programa e acompanhar num mapa a localização registrada a partir da conexão de rede do aparelho.

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