Irmã de Juscelino Filho é indiciada pela PF em inquérito sobre suposto desvio de emendas no Maranhão
Ministro das Comunicações nega irregularidade e diz que PF atuou de forma política
Além do ministro das Comunicações, Juscelino Filho (União Brasil), a Polícia Federal indiciou também a irmã dele, a prefeita de Vitorino Freire, no interior do Maranhão, Luanna Rezende, no inquérito que investiga um suposto desvio de emendas parlamentares para a pavimentação de ruas da cidade. Ela chegou a ser afastada do cargo no ano passado e depois retomou o mandato por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF).
Enquanto Juscelino foi indiciado por organização criminosa, lavagem de dinheiro e corrupção passiva, Luanna foi indiciada por supostamente integrar organização criminosa. Procurada, ela ainda não se manifestou.
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Em nota, Juscelino Filho afirmou que a investigação “parece ter se desviado de seu propósito original” e repete métodos da Lava-Jato. “O indiciamento é uma ação política e previsível, que parte de uma apuração que distorceu premissas, ignorou fatos e sequer ouviu a defesa sobre o escopo do inquérito.
Não há absolutamente nada que envolva minha atuação no Ministério das Comunicações”, afirmou o ministro, reclamando que a PF fez uma “devassa” sobre ele e familiares e conclui:
“A investigação revira fatos antigos e que sequer são de minha responsabilidade enquanto parlamentar. No exercício do cargo como deputado federal, apenas indiquei emendas parlamentares para custear obras. A licitação, realização e fiscalização dessas obras são de responsabilidade do Poder Executivo e dos demais órgãos competentes”, apontou.
A emenda parlamentar investigada foi indicada por Juscelino quando ele era deputado federal. O dinheiro foi enviado por meio da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) no Maranhão. É a primeira vez que um ministro desta gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva é indiciado pela PF.
O ministro afirmou que a obra em questão "é um bem do povo de Vitorino Freire e a sua pavimentação, uma demanda antiga da população". da CGU foi revelado pelo jornal “Folha de S. Paulo”.
O ministro também afirmou que a obra em questão "é um bem do povo de Vitorino Freire e a sua pavimentação, uma demanda antiga da população".
"A estrada em questão conecta 11 povoados, onde centenas de pessoas sofrem, diariamente, com grandes desafios para se locomoverem ao trabalho, escolas, hospitais e postos de saúde, especialmente durante períodos chuvosos, quando a via se torna intransitável, isolando essa população", explicou ele.
A obra de pavimentação da estrada foi orçada em R$ 7,5 milhões e tocada pela construtora Construservice, que tinha como sócio oculto o empresário Eduardo José Barros Costa, mais conhecido como "Eduardo DP" ou "Imperador".
Relatório da PF indica que Juscelino integraria uma "organização criminosa" com o empresário com base em mensagens analisadas pelos investigadores no celular de Eduardo DP no período entre 2017 e 2020. O ministro deve ser perguntado sobre a relação que ele mantinha com o empresário, citado em outros inquéritos policiais como agiota.