Irmão de bolsonarista nega motivação política e diz que agente penal se sentiu desrespeitado
Empresário John Lenon Rocha Araujo contou que o irmão era uma pessoa calma e sem histórico de violência
Irmão do agente penal bolsonarista Jorge José da Rocha Guaranho, que matou o guarda municipal Marcelo Arruda em Foz do Iguaçu, John Lenon da Rocha Araujo afirmou não acreditar haver motivação política no crime. Segundo o empresário, o agente penitenciário federal se sentiu desrespeitado por ter sido provocado na frente da família pelo guarda municipal e voltou ao local do crime apenas para tirar satisfação com o petista, que comemorava aniversário de 50 anos com uma festa temática do ex-presidente Lula.
O que eu entendi também ali é que meu irmão se sentiu agredido por estar com a família dele. Tenho certeza que não foi por causa da festa do PT, ele nem sabia que a festa era do PT, ele não viu isso do carro e não tinha acesso ao sistema de câmera do local. Eles xingaram quando ele passou com a música do Bolsonaro no carro e depois ainda jogaram pedras. Ele foi provocado, ninguém aguenta ser tratado mal na frente da família, defende o empresário, que afirma estar acompanhando o caso de perto e ter ido para Foz do Iguaçu assim que soube do ocorrido.
O empresário também minimiza a relação de admiração de Guaranho pelo presidente Jair Boslonaro, reforçando não ser uma relação de fanatismo.
"Ele não estava nem aí para Lula, ele estava a favor do Bolsonaro. Não tem essa questão de não gostar do PT. Temos amigos petistas que frequentam a nossa casa. Na família dele tem gente que é petista, e eles fazem churrasco juntos. Mas meu irmão nunca foi em uma passeata do Bolsonaro, nunca foi nesses eventos de Sete de Setembro. Só tinha seu candidato e postava sobre", destaca, pontuando também que o irmão era uma pessoa calma e sem histórico de violência.
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O empresário justifica a ida do irmão ao local do crime como uma ação para combater furtos na região. Os dois envolvidos no fato não se conheciam e Guaranho não era convidado da festa. Segundo John Lenon, havia um combinado entre os associados do clube onde aconteceu o assassinato, muitos deles agentes de forças militares, de fazer "rondas" nas imediações da Associação Recreativa Esportiva Segurança Física de Itaipu (Aresf).
"Era um dos poucos locais que ele ia para se divertir, para jogar sinuca e futebol. Eles tinham um código de conduta entre os associados de fazer rondas na região, porque o sistema de câmeras tinha sido instalado há pouco tempo e estavam acontecendo muitos furtos no local. O combinado era de quem estivesse perto, passar pelo clube e ver se estava tudo bem", justifica.
Segundo testemunhas, o conflito começou após Marcelo Arruda ouvir a música homenageando Bolsonaro no carro do agente federal na frente do local da festa. O petista vai para a parte externa e pede que o motorista saia de lá. Imagens de uma câmera de segurança mostram que eles discutiram e que Arruda joga pedregulhos no carro de Guaranho.
Guaranho deixa a família em casa e retorna para o local, onde faz os disparos contra Marcelo. O guarda muncipal consegue revidar e atingir o agente federal, que está sedado na UTI, em estado grave sem previsão de alta. Uma pessoa que estava presente na festa relatou à polícia que o atirador teria dito "Aqui é Bolsonaro".