Jair Bolsonaro diz que esperava pedido de vista em ação que pode o deixar inelegível
Ex-presidente desembarcou no Rio na manhã desta quinta-feira em meio ao julgamento no TSE
O ex- presidente Jair Bolsonaro desembarcou às 10h20 desta quinta-feira (29) no aeroporto Santos Dumont, no Rio, e disse que passará o dia na casa de um de seus filhos, o vereador Carlos Bolsonaro, enquanto acompanha os desdobramentos do seu julgamento realizado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em Brasília. Bolsonaro, que chegou à capital fluminense durante o julgamento, lamentou que o ministro Raul Araújo, que lia seu voto naquele momento, não tenha pedido vistas do processo.
Um eventual pedido de vistas poderia paralisar o julgamento por até 60 dias. Havia expectativa sobre o posicionamento de Araújo, que já proferiu decisões que agradaram a Bolsonaro na campanha de 2022.
Aliados de Bolsonaro esperavam ganhar tempo para mobilizar uma narrativa de que a reunião do então presidente com embaixadores, na qual fez ataques ao sistema eleitoral brasileiro e as urnas eletrônicas, seria meramente uma tentativa de debater aperfeiçoamentos nas eleições.
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"Eu gostaria (de um pedido de vistas), não vou negar para você, porque dá mais tempo. Eu venho demonstrando nas minhas redes sociais o que vem acontecendo desde 1999 na questão do voto impresso" afirmou Bolsonaro.
O ex-presidente declarou ainda que "sempre há" expectativa sobre um eventual pedido de vistas de outros ministros, mas evitou projetar qual será a postura do ministro Kassio Nunes Marques. Indicado ao Supremo Tribunal Federal (STF) em 2020, Nunes Marques é o único ministro da atual composição do TSE que passou pelo crivo de Bolsonaro, e será o penúltimo a votar no julgamento que pode tornar o ex-presidente inelegível por abuso do poder político e uso indevido dos meios de comunicação.