Jair Renan é o único vereador a votar contra reconhecer assassinato de ex-prefeito
Casa vai atualizar atas que citam morte de Higino João Pio, ex-prefeito de Balneário Camboriú em 1969; familiares já receberam versão atualizada da certidão de óbito
A Câmara de Vereadores de Balneário Camboriú votou nesta terça-feira pela atualização de documentos da casa referentes a morte do ex-prefeito do município Higino João Pio, morto pela ditadura militar em 1969.
O único voto contrário foi do vereador Jair Renan Bolsonaro.
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Nesta segunda-feira, familiares de Higino Pio receberam a versão atualizada da certidão de óbito do ex-prefeito, que, assim como a de outras vítimas da ditadura militar, ganhou uma nova versão.
Agora, no documento consta que ele morreu de forma violenta pelo "estado brasileiro no contexto da perseguição sistemática".
A alteração das certidões de óbito foi resultado de uma iniciativa do Conselho Nacional de Justiça.
A votação desta terça-feira visava atualizar também as atas da Câmara de Vereadores referentes a morte de Higino Pio, tratada inicialmente como um suicídio.
Jair Renan (PL) foi o único entre os vereadores a votar contra a medida. Marcos Augusto Kurtz (Podemos), presidente da casa, e Victor Forte (PL), não votaram.
Pio foi o primeiro prefeito eleito de Balneário Camboriú. Em 1969, ele foi preso e levado à Escola de Aprendizes de Marinheiro, em Florianópolis, sob acusações nunca comprovadas de corrupção na prefeitura.
Segundo a Comissão da Verdade, a prisão, na verdade, foi motivada pela relação de amizade que ele mantinha com o ex-presidente João Goulart, deposto em 1964.
Higino foi encontrado morto em 3 de março daquele ano dentro de sua cela.