Primeira-dama

Janja amplia protagonismo em agenda sem Lula na região de enchentes no RS

Primeira-dama entregou cestas básicas a famílias atingidas e participou de evento com anúncio do governo federal

Primeira-dama, Janja: atuação de destaquePrimeira-dama, Janja: atuação de destaque - Foto: Ricardo Stuckert/PR

Sem o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a primeira-dama Janja da Silva participou de uma comitiva com ministros que visitou a região do Vale do Taquari, no Rio Grande do Sul, onde enchentes devastaram cidades e já deixaram pelo menos 50 mortos. Apesar de participar oficialmente das ações do governo no local, em um gesto que amplia seu protagonismo no Planalto, a socióloga se esquivou da imprensa.

Janja foi recebida pelo governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), e esteve ao lado dos ministros da Comunicação, Paulo Pimenta; do Desenvolvimento e Assistência Social, Wellington Dias; do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes; e do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira. Dias antes da viagem, Pimenta chegou a afirmar que ela "anunciaria medidas" do governo federal para a região, o que acabou não ocorrendo.

A presença de Janja foi vista como simbólica, já que Lula, que vai operar o quadril nesta sexta-feira e por isso não viajou, vinha sendo criticado por não comparecer ao local da tragédia. Quando ocorreram as enchentes, o presidente manteve sua ida à reunião do G20, na Índia.

Ao desembarcar no país asiático, Janja chegou a postar um vídeo dizendo que estava prestes a "sair dançando" por chegar no local. Porém, após sofrer críticas pelo comportamento enquanto cidades do Rio Grande do Sul entravam em estado de calamidade, ela apagou o conteúdo.

Nesta quinta-feira, a primeira-dama passou o dia visitando cidades da região e entregando cestas básicas conseguidas através de uma ação articulada por ela. Sua agenda foi divulgada pelos canais oficiais do governo através da Secretária de Comunicação (Secom) e em suas redes sociais.

No início da semana, Paulo Pimenta havia dito que ela viajaria à região "para olhar de perto" e "anunciar medidas". Porém, no evento em que os ministros divulgar as ações do governo federal para ajudar na recuperação do estado, Janja não discursou, apesar de ocupar posição de destaque.

Já na coletiva de imprensa realizada após o evento, Janja afastou-se dos ministros que foram atender os jornalistas e se posicionou de forma discreta, em outro ponto da sala onde ocorreu a entrevista. Após perceberem sua presença, repórteres questionaram Paulo Pimenta se poderiam dirigir uma pergunta à primeira-dama — o pedido foi ignorado, e ela não se manifestou.

Abordado sobre a presença da primeira-dama na comitiva, coube ao próprio secretário de responder por ela:

— Algumas pessoas dizem: "A Janja vem aqui representando o presidente Lula". Não, a Janja veio aqui representando ela. O que ela representa. Enquanto uma pessoa que nos ajuda, tem um olhar, compromisso com o Brasil, energia positiva — afirmou Pimenta.

Em suas redes sociais, a primeira-dama afirmou que foi ao estado para fazer a entrega simbólica de 20 mil cestas básicas doadas pela igreja mórmon Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, em uma parceria com o programa Mesa Brasil do Sesc, para as famílias atingidas. Ela sobrevoou a região do Taquari e visitou algumas das cidades em estado de calamidade, como Estrela, Muçum e Lajeado, onde foi recebida por prefeitos e autoridades locais.

Janja visitou ainda famílias e casas destruídas pelas enchentes, onde prestou solidariedade aos atingidos. Nas imagens, ela aparece confortando pessoas, com abraços e promessas de ajuda. "Vamos recuperar tudo, tá bom", diz em um dos vídeos, após abraçar uma mulher que chora pela perda de sua casa.

A primeira-dama também visitou Arroio do Meio, onde discursou para um grupo e fez uma espécie de "atualização" do slogan do governo Lula, que depois foi repetido por Paulo Pimenta.

— Não por acaso, o nosso lema, do nosso governo do presidente Lula, é união e reconstrução. E aí eu vou somar a palavra do padre que é solidariedade. Então esse é um momento de muita união, de reconstrução e de solidariedade. O presidente Lula tem falado muito que o Brasil precisa novamente voltar a ser aquele país da solidariedade que a gente sempre foi — disse Janja.

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