Janones queria juntar R$ 200 mil com "vaquinha" de assessores para campanha eleitoral
Nova gravação mostra sugestão de parlamentar a integrantes de sua equipe
O deputado federal André Janones (Avante - MG) queria fazer uma vaquinha com os assessores de seu gabinete para juntar pelo menos R$ 200 mil, que seriam usados na campanha eleitoral de 2020. De acordo com novos áudios divulgados pelo portal Metrópoles, os valores seriam retirados direto do salário dos funcionários
"Se cada um der R$ 200 na minha conta, vai ter mais ou menos R$ 200 mil para a gente gastar nessa campanha" sugere o parlamentar na gravação.
Ainda na conversa divulgada, que foi gravada por um ex-assessor do político, Janones garante que operação de juntar mensalmente parte do salário dos subordinados seria legal e não se trataria de uma "rachadinha".
"Como a gente não vai ceder a essas coisas (corrupção) e a gente precisa de dinheiro para fazer campanha, o que é a minha sugestão? E ai nós vamos decidir o valor entre nós, inclusive eu. E isso é legal. Porque as vezes você confunde isso com aquilo de devolver salário, mas devolver salário é você ficar na sua casa dormindo, me dar seu cartão e todo mês eu vou e saco e deixo só um salário para você. Isso é devolver salário" explica.
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O deputado se manifestou sobre a proposta em suas redes sociais nesta terça-feira e afirmou que o pedido foi feito ainda antes de se eleger, para pessoas que ainda não trabalhavam em sua equipe. Ele negou ainda que tenha colocado a sugestão em prática, já que a ideia foi "vetada" por sua advogada.
"Eu (quando ainda não era deputado), disse pra algumas pessoas (que ainda não eram meus assessores) que eles ganhariam um salário maior do que os outros, para que tivessem condições de arcar com dívidas assumidas por eles durante a eleição de 2016. Ao final, a minha sugestão foi vetada pela minha advogada e, por isso, não foi colocada em prática. Fim da história", publicou.
Cassação
Como noticiou o colunista Lauro Jardim, o O PL de Jair Bolsonaro vai pedir a cassação de Janones no Conselho de Ética da Câmara e também no STF após a divulgação dos áudios. Além de acusá-lo de rachadinha, o PL também vai usar como base do pedido de cassação as informações que constam no livro de Janones, que revelam que ele difundiu fakenews durante a campanha eleitoral de 2022.
Bolsonaro já acionou o TSE para pedir a cassação do mandato de Janones e a inelegibilidade dele por difundir fake news durante a campanha presidencial.