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Joênia Wapichana aceita convite para a Funai: "Trabalho é de reconstrução"

Órgão deve sair da estrutura da Justiça para ser subordinada à pasta de Povos Originários

Joênia Wapichana irá assumir presidência da FunaiJoênia Wapichana irá assumir presidência da Funai - Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados

A deputada federal Joênia Wapichana (Rede-RR) disse nesta sexta-feira (30), após ser convidada por Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que assumirá a presidência da Fundação Nacional do Índio (Funai). Após reunião com o presidente eleito, em hotel na região central de Brasília, Wapichana disse que o órgão foi "desmantelado" pelo governo Jair Bolsonaro e que, agora, o trabalho será de reconstrução.

— Eu fui convidada numa conversa com o presidente Lula, acompanhada de lideranças indígenas da Amazônia, para assumir oficialmente a presidência da Funai. E (o farei) considerando todas as demandas dos povos indígenas. O desafio é de reconstrução do país, fortalecimento dos direitos, principalmente em relação à proteção, demarcação de terras indígenas. Da melhor forma possível vamos levar o trabalho, de acordo com a nossa realidade. Pela experiência que eu tive durante quatro anos (de deputada federal), aceitei o convite — disse a parlamentar, que foi a primeira indígena mulher a ocupar uma cadeira na Câmara.

Segundo ela, a Funai deve ficar subordinada ao Ministério dos Povos Inídgenas, que será criado por Lula. Com isso órgão deixa de responder ao Ministério da justiça.

— É a proposta do grupo de transição. A gente vai aguardar essas definições logo depois que se assuma o novo governo.

Joenia reforçou críticas feitas por Lula a Bolsonaro durante a campanha.

— Há muitas prioridades, porque a Funai, nesses anos todos, foi bastante desmantelada e sucateada. Houve muita falta de investimento, principalmente por ser um órgão responsável por mais de 14% do território brasileiro. Daremos prioridade em relação à demarcação de terras, às invasões que aumentaram consideravelmente. Desde a questão da invasão de garimpeiros em Roraima, no Pará, ou a violência. Então, são várias prioridades. Principalmente fazer com que o direito à terra esteja nas mãos dos povos indígenas, que possam viver com tranquilidade.

Acompanhada do líder indígena Cacique Raoni, Joenia disse ainda que o órgão terá a colaboração dos povos indígenas.

— Há muito tempo venho trabalhando com preocupação com a comunidade indígena, principalmente em relação à preservação do Meio Ambiente, falando com os não indígenas sobre preservação. Estamos convivendo doenças, mudanças climáticas. Hoje conversei com presidente Lula sobre a indicação de indígenas para assumir esses órgãos indígenas — disse Raoni.

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