José Dirceu justifica ausência na posse de Lula: 'Não tenho mandato e não sou da direção do PT mais'
Ministro mais poderoso no primeiro governo optou por assistir a posse do gramado da Esplanada dos Ministérios junto com a militância
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Ministro mais poderoso no primeiro governo de Luiz Inácio Lula da Silva, quando ocupou a Casa Civil, José Dirceu acompanhou a posse de ontem junto aos demais apoiadores, ficando de fora do espaço reservado a convidados da cerimônia oficial no Palácio do Planalto e no Itamaraty. Dirceu queria evitar qualquer repercussão negativa da sua presença. Ao Globo, ele disse que a ausência foi opcional.
"Não tenho mandato e não sou da direção do PT mais", disse ele.
Junto com outros petistas, o ex-ministro de 77 anos chegou no local por volta das 11h30 e acompanhou as solenidades do gramado.
Pessoas que o acompanharam afirmaram que Dirceu foi saudado pela militância e chamado de “guerreiro do povo brasileiro”. Enquanto se movimentada pelo gramado do Festival do Futuro, o ex-ministro foi parado por diversos apoiadores com pedidos de selfies. Enquanto caminhava, chegou a ser derrubado duas vezes com o tumulto da militância que queria chegar perto do petista.
"Estive na Esplanada com a militância, maravilha de discurso histórico, festa linda", descreveu ao Globo o ex-ministro.
Interlocutores de Dirceu admitem que o ministro quer evitar que gestos seu tenham reflexo negativo no novo governo. Por isso, prefere ter uma postura mais reservada em eventos públicos.
Teve o mesmo comportamento no ato de comemoração do 1º de Maio realizado pelas centrais sindicais em São Paulo, evento onde Lula discursou. Na ocasião, optou por ficar entre a militância.
O ex-ministro da Casa Civil de Lula foi um dos pivôs dos escândalos do mensalão, pelo qual foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal. Ele também foi alvo da Lava-Jato.
Ele ficou fora do comando da campanha do petista e não tem participado das decisões de montagem do novo governo. Como mostrou a colunista Bela Megale, Dirceu, no entanto, atuou nos bastidores para arrefecer resistências em relação ao petista e o aproximá-lo de alguns setores em viagens pelo Brasil.