Pedido da AGU

Juiz federal decreta bloqueio de R$ 6,5 milhões de suspeitos de financiar atos golpistas

8ª Vara Federal citou que há "indícios da prática de atos ilícitos" por parte dos alvos da ação

Atos golpistas em BrasíliaAtos golpistas em Brasília - Foto: Evaristo Sá/AFP

O juiz federal Francisco Alexandre Ribeiro, da 8ª Vara Federal de Brasília, acolheu o pedido da Advocacia-Geral da União (AGU) e determinou o bloqueio de R$ 6,5 milhões de 59 suspeitos de financiarem os atos terroristas do último domingo. Segundo o pedido do braço jurídico do governo Luiz Inácio Lula da Silva, os valores devem ser usados para garantir reparos a danos materiais causados pelos radicais extremistas no Congresso Nacional, no Palácio do Planalto e no Supremo Tribunal Federal (STF).

"É absolutamente plausível a tese da União de que eles, por terem financiado o transporte de milhares de manifestantes que participaram dos eventos ilícitos, fretando dezenas de ônibus interestaduais, concorreram para a consecução dos vultosos danos ao patrimônio público, sendo passíveis, portanto, da bastante responsabilização civil", escreveu.

Na ação, a AGU listou 52 pessoas físicas e sete empresas que foram registradas junto à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) como contratantes de ônibus responsáveis por transportar milhares de manifestantes de todo o Brasil até Brasília para participar de ato antidemocrático do último domingo.

O prejuízo de aproximadamente R$ 6,5 milhões foi calculado com base em estimativas da Câmara dos Deputados e do Senado do prejuízo provocado pelos invasores. AGU ressalta que ainda não foram levantadas as perdas no Palácio do Planalto e no Supremo Tribunal Federal (STF), e que por isso o valor da ação pode ser alterado no futuro.

"Ora, se mesmo em reuniões e manifestações populares lícitas, com pautas sociais claras e defensáveis, é sempre possível que os ânimos individuais se exaltem e provoquem o chamado 'efeito manada', com mais e maiores razões seria previsível que a reunião de milhares de manifestantes com uma pauta exclusivamente raivosa e hostil ao resultado das eleições presidenciais e ao governo eleito democraticamente pudesse descambar, como descambou, para práticas concretas de violência e de depredação que todos os brasileiros viram, estupefatos, pela mídia e redes sociais, em tempo real, na Praça dos Três Poderes", escreveu o juiz.

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