Logo Folha de Pernambuco

Justiça

Justiça de SP absolve Aécio Neves em caso de propina da J&F

Ministério Público Federal havia denunciado o tucano por receber R$ 2 milhões em troca de atuação a favor da empresa no Congresso Nacional

Aécio NevesAécio Neves - Foto: Valter Campanato/ Agência Brasil

A Justiça Federal de São Paulo absolveu na quinta-feira (10) o deputado federal Aécio Neves (PSDB), acusado de receber propina de R$ 2 milhões de Joesley Batista, da J&F.

A irmã de Aécio, Andrea Neves, seu primo Frederico Pacheco de Medeiros e seu ex-assessor parlamentar Mendherson Souza Lima também foram absolvidos. O juiz da 7ª Vara Criminal de São Paulo, Ali Mazloum, considerou que "a denúncia é improcedente" e que "está provada a inexistência do crime de corrupção passiva narrado pela PGR (Procuradoria-Geral da República)".

"Ao contrário do que diz a denúncia, no sentido de que havia um histórico de propina entre eles (verdade fosse, certamente haveria outras denúncias a respeito), o que realmente existia - demonstrou a instrução criminal - era um histórico de negócios lícitos, como a doação de campanha eleitoral no valor de R$ 100 milhões, compra de apartamento de R$ 18 milhões e pedido de empréstimo de R$ 5 milhões", diz um trecho da sentença.

Em nota ao G1, a defesa de Aécio afirmou que "depois de cinco anos de exploraçoes e injustiças, foi demonstrada a fraude montada por membros da PGR e por delatores que colocou em xeque o estado democrático de direito no país".

O Ministério Público Federal (MPF) havia pedido a condenação e a perda do mandato de Aécio no processo. O dinheiro foi entregue em espécie, em quatro parcelas de R$ 500 mil, em 2017, e transportado em malas de São Paulo até Minas Gerais. Na época, o tucano era senador.

Em delação premiada, Joesley e o ex-diretor da J&F Ricardo Saud confirmaram o pagamento da propina. O pedido teria sido feito inicialmente pela irmã do senador e, numa gravação feita pelo empresário, durante o encontro, o parlamentar combinou a entrega das parcelas a seu primo Frederico.

O deputado afirma que os R$ 2 milhões não eram propina, mas um empréstimo que pediu ao empresário. Ele não esclareceu, segundo o MPF, porque o valor foi entregue em espécie e não por transferência bancária. Para o MPF, o deputado cometeu o crime de corrupção passiva e recebeu vantagem indevida.

Os procuradores dizem que não é necessário um ato funcional do então senador a favor da empresa para que seja comprovado o crime. O Supremo Tribunal Federa, que recebeu a denúncia, afirmou na época que bastava “uma vinculação causal entre as vantagens indevidas e as atribuições do funcionário público, passando este a atuar não mais em prol do interesse público, mas em favor de seus interesses pessoais”.

Veja também

Mesmo após mobilização, candidatos apoiados por Bolsonaro perdem em eleições da OAB pelo País
ADVOGADOS

Mesmo após mobilização, candidatos apoiados por Bolsonaro perdem em eleições da OAB pelo País

'Rival' de Musk que Lula arrumou não tem internet; confira a coluna deste sábado (23)
Cláudio Humberto

'Rival' de Musk que Lula arrumou não tem internet; confira a coluna deste sábado (23)

Newsletter