Justiça eleitoral decreta quebra de sigilo bancário de candidata do PL em Palmas para investigações
Procurada, assessoria da candidata afirmou que decisão é "oportunidade para comprovar a improcedência das acusações"
A Justiça Eleitoral do Tocantins determinou a quebra de sigilo bancário da candidata do PL à prefeitura de Palmas, Janad Valcari, para investigar uma suposta compra de votos e de apoio político, e abuso de poder econômico pela campanha da bolsonarista. Também foram quebrados os sigilos do ex-marido dela e do filho do casal.
Procurada, a assessoria da candidata enviou uma nota da coligação de Valcari, que não deve recorrer à decisão, e afirma que a quebra de sigilo é uma oportunidade para "comprovar a improcedência das acusações."
“Acreditamos que será o momento ideal para demonstrar que as alegações apresentadas contra Janad Valcari não têm fundamento e foram estrategicamente forjadas pelo autor da ação com o único intuito de criar instabilidade jurídica na campanha”, completou o advogado Leandro Manzano na nota.
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A ação foi apresentada pela coligação “Juntos Podemos Agir”, que une Agir, PRTB e Podemos, partido do adversário de Valcari no segundo turno, o ex-prefeito Eduardo Siqueira Campos.
No primeiro turno, Janad Valcari alcançou 39,22% dos votos, e Eduardo Siqueira 32,42%. Esta será a primeira vez que Palmas terá um segundo turno em sua história. A cidade ultrapassou os 200 mil eleitores necessários para uma segunda votação no ano passado
Segundo narra o documento, a campanha de Valcari teria cometido diversas irregularidades eleitorais.
Na decisão do dia 5 de outubro, o juiz eleitoral Gil de Araújo Corrêa cita um evento promovido por um candidato a vereador do PL, no dia 29 de setembro. Na ocasião, dois veículos adesivados com imagens de campanha do vereador e de Janad Valcari distribuíram brindes para crianças e adultos.
Além disso, ex-marido da candidata, Ordiley Valcari, teria pagado a um pré-candidato apoiado por Siqueira, para que ele desistisse de sua candidatura. Na ação, consta a transcrição de uma conversa entre o então pré-candidato e Eduardo Siqueira.
“Recebi uma proposta para poder pagar minhas, minhas dívidas, e eu aceitei essa proposta. (...) eu desisti de ser candidato, e resolvi aceitar propostas, né, pra poder resolver minha situação (...) A pré candidata Janad que ofereceu ajudar nesse sentido (...) Já vieram três vezes oferecer ajuda”, narra o homem.
Segundo a ação, o pagamento teria sido feito via Pix. A mulher do candidato da chapa adversária foi nomeada como servidora na Assembleia Legislativa do Estado do Tocantins logo após a proposta.
Também teriam sido realizados pagamentos para que pessoas comparecessem a eventos de promoção da candidatura da bolsonarista.
“A quebra do sigilo bancário deve se mostrar extremamente importante, como sendo a única forma de buscar elementos hábeis a comprovar a possibilidade de ocorrência de ilícitos eleitorais”, determina o juiz.