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México

Justiça mexicana invalida segunda tentativa de reforma eleitoral de López Obrador

Reforma proposta visava reduzir cargos políticos no país

Presidente mexicano Andrés Manuel López Obrador Presidente mexicano Andrés Manuel López Obrador  - Foto: Johan Odonez / AFP

A Suprema Corte de Justiça do México anulou nesta quinta-feira (22) uma reforma do partido governista de esquerda, que buscava reduzir a estrutura permanente da autoridade eleitoral nacional, o INE, e alterar as datas dos processos eleitorais.

"Com uma maioria de 9 votos, a Corte invalida, por violações graves ao procedimento legislativo, o segundo decreto das reformas político-eleitorais" propostas pelo presidente Andrés Manuel López Obrador, informou a máxima instância mexicano em sua conta oficial no Twitter.

Apenas duas juízas, entre os 11 magistrados da Corte, votaram contra a invalidação da iniciativa do presidente, popularmente conhecida como "Plano B".

Com esse resultado, as leis de 2014 voltam a vigorar e a configuração do Instituto Nacional Eleitoral, responsável por organizar as eleições, permanece a mesma. O presidente acusa o INE de ser oneroso e de ter tolerado fraudes no passado.

Enquanto isso, o processo eleitoral começará na primeira semana de novembro e as pré-campanhas começarão na terceira semana de dezembro.

A votação desta quinta-feira na corte era previsível, depois que a mesma maioria de ministros anulou parte de um primeiro grupo de reformas propostas por López Obrador em 8 de maio, referentes à propaganda eleitoral e comunicação social.

Nesta ocasião, os ministros votaram a favor da invalidade da reforma devido a vícios de procedimento em sua aprovação, que ocorreu sem debate na Câmara dos Deputados em 6 de dezembro passado, poucas horas depois de o Executivo enviar a proposta.

"A Câmara dos Deputados nunca apresentou razões para justificar o trâmite urgente das iniciativas; os legisladores não tiveram oportunidade de conhecer as propostas porque não foram publicadas nem distribuídas com a antecedência exigida", afirmou o ministro Javier Laynez.

"É claro e evidente que o princípio da deliberação democrática foi violado", afirmou.

A juíza Yasmín Esquivel, próxima ao presidente e que votou contra a proposta, afirmou que a aprovação da reforma pela maioria dos legisladores do partido governista Morena foi um "exercício democrático" e alegou que os ministros que votaram pela invalidade incorreram em "uma franca violação ao princípio da separação de poderes".

Em abril, a Suprema Corte limitou a participação dos militares em tarefas de segurança pública ao anular a transferência de um corpo policial para o Exército, como proposto por López Obrador.

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