Líder do PT diz que bancada vai 'abrir mão' por ora da taxar milionários; entenda
Zeca Dirceu, por outro lado, diz que o PT vai continuar pressionando para a 'tributação de bilionários'
O líder do PT na Câmara Federal, o deputado Zeca Dirceu (PR), afirmou nesta terça-feira que a bancada do partido está disposta a “abrir mão”, no momento, de eventual proposta de aumento da tributação de pessoas com renda milionária.
O objetivo, com isso, é garantir espaço para a conclusão no Congresso das principais reformas econômicas do primeiro semestre: arcabouço fiscal, Reforma Tributária sobre o consumo, e outros projetos como a mudança no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf).
Nesta manhã, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, teve reunião com deputados da base do PT, na sede Ministério da Fazenda em Brasília.
A bancada do Partido dos Trabalhadores pressiona para que a segunda fase da Reforma Tributária, com foco na renda, apresente uma maior taxação de ricos e super-ricos. Porém, o projeto dessa segunda fase só será enviado ao Congresso após a tramitação da reforma sobre o consumo.
— A banca falou muito (no encontro com Haddad), a gente até abre mão, agora, de taxar os milionários. O que não dá para um país com tanta desigualdade não taxar, sequer, os bilionários. Haverá medidas nesse sentido, primeiro vamos vencer a Reforma Tributária, o regime fiscal, Carf. A Câmara vai cumprir o seu papel — afirmou Dirceu.
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Ainda segundo o líder, a bancada do Partido está integralmente alinhada com o ministro da Fazenda. Dirceu disse que Haddad reforçou com a bancada a "atenção" e a necessidade de apoio para a aprovação do orçamento de 2024. A peça será encaminhada pelo governo ao Congresso até o dia 31 deste mês.
— O governo quer fazer justiça tributária e social. Haddad continua dialogando com todos os partidos da base e da oposição. No primeiro semestre tivemos um curto-circuito ou outro, mas a bancada está 100% sintonizada (com Haddad) — disse.
Para garantir maior arrecadação nos próximos anos, o Ministério da Fazenda depende da aprovação de uma série de medidas pelo Congresso. Uma delas é o projeto de lei para tributar fundos exclusivos de investimento, voltados à altíssima renda, que hoje só pagam Imposto de Renda (IR) no resgate, sem recolhimento semestral como os demais fundos.