Ministérios

Líder do PT diz que falta de acordo com Centrão afeta votação do arcabouço, mas prevê aprovação

Governo espera ter arcabouço aprovado antes de 31 deste mês

Zeca DirceuZeca Dirceu - Foto: Vinicius Loures/Agência Câmara

O líder do PT na Câmara, Zeca Dirceu (PR), avaliou que a falta de um acordo sobre a reforma ministerial para trazer o Centrão afeta a votação do arcabouço fiscal na Câmara. PP e Republicanos indicaram os deputados André Fufuca (PP-MA) e Silvio Costa Filho (Republicanos-PE) para compor o governo, mas o Palácio do Planalto ainda não definiu quais pastas eles irão comandar.

— Qualquer votação aqui na Câmara e no Senado vai estar sempre sendo influenciada pelo funcionamento do governo, pela composição do governo e por essa dita minirreforma ministerial — declarou o petista.

Apesar disso, o líder partidário afirmou que o projeto será aprovado antes de o governo enviar o projeto orçamento de 2024 para o Congresso, algo que deverá ser feito até o dia 31 de agosto.

— Vai dar tempo. Hoje é dia 1º, tem 31 dias — disse.

— Pode ser inclusive que isso mude amanhã, pode ser que isso mude quinta-feira, que tem a posse do Sabino (no Ministério do Turismo). É um momento talvez que alguma notícia nova deva escapar na hora da posse, na hora da fala do presidente. Pode mudar amanhã e mudar na quinta-feira.

Zeca Dirceu participou de uma reunião de líderes da Câmara hoje na Residência Oficial do presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL). Aliados de Lira negam que haja a intenção de atrasar a votação do novo marco fiscal.

De acordo com pessoas presentes na reunião de hoje, o líder do PT e o líder do PSOL, Guilherme Boulos (SP), perguntaram a Lira sobre o arcabouço e ele respondeu que o assunto ainda vai ser discutido com o deputado Cláudio Cajado (PP-BA), que é o relator.

— Da minha parte tenho uma confiança muito grande que o presidente Lula vai saber a hora certa até para fazer da maneira adequada, que não gere ruídos, que não deixe descontentes. Isso é complexo e leva tempo, mas tenho uma confiança muito grande — afirmou Zeca Dirceu sobre a reforma ministerial.

O governo deseja principalmente manter uma alteração feita pelo Senado no projeto, que mudou o critério de cálculo da inflação, que passou a considerar o período até dezembro, em vez dos 12 meses antes de junho. A mudança representa um aumento na arrecadação do governo e tem sido pedida pela ministra do Planejamento, Simone Tebet.

Apesar disso, Cajado, o relator na Câmara, resiste a atender a mudança feita pelo Senado e ainda não há acordo para atender ao pedido do governo.

O Senado também fez outras mudanças, como retirar o fundo de financiamento do Distrito Federal e o Fundo Nacional de Manutenção da Educação Básica (Fundeb) dos limites da nova regra fiscal. Apesar disso, o líder do PT afirmou que a base do governo está focada apenas em manter o período usado no cálculo da inflação.

— A gente não discutiu mérito. Com exceção daquela questão que reajusta (o período do cálculo da inflação), que é para manter o impacto em R$ 18, 20 bilhões, não vemos nenhum drama em relação aos outros pontos que o Senado mudou.

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