Lideranças tucanas e aliados de Doria entregam carta pedindo que Leite fique no PSDB
Documento articulado pelo senador Tasso Jereissati conta com assinatura de 28 integrantes do partido
Lideranças do PSDB divulgaram, nesta sexta-feira (18), uma carta em que pedem que o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, fique na sigla e desista de voltar à corrida presidencial pelo PSD de Gilberto Kassab.
O documento conta com a assinatura de 28 integrantes do PSDB e foi articulado pelo senador Tasso Jereissati (PSDB-CE). Um dos principais nomes que avaliza a carta é o presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo, que estava afastado de Leite desde que o gaúcho intensificou sua aproximação com Kassab. Araújo coordena a pré-campanha de Doria a presidente e hoje é um dos poucos no partido a manter boas relações com todas as alas em meio a um cenário de guerra interna.
Além de Araújo, outros ex-presidentes da sigla se manifestaram a favor de Leite: Pimenta da Veiga, Teotônio Vilela, José Aníbal, o deputado federal mineiro Aécio Neves e o senador José Serra (PSDB-SP).
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O principal entusiasta do movimento "fica, Leite" é Aécio, que é desafeto do governador João Doria. Aécio tem defendido que Leite concorra à presidência pelo PSDB no lugar de Doria mesmo após o paulista vencer as prévias. Doria ainda não conseguiu se viabilizar nas pesquisas de intenção de voto e sofre com alta rejeição do eleitorado.
Chama atenção ainda que o documento pró-Leite tem inclusive o apoio de aliados do governador João Doria. Ele, porém, não assinou a carta. Quem o fez foi um dos seus apoiadores mais fiéis: o presidente do diretório estadual de São Paulo, Marco Vinholi.
Mas não só. Há ainda outros casos de parlamentares próximos a Doria e que trabalharam pelo paulista nas prévias e que também endossaram a permanência do gaúcho. Foi o caso do deputado federal Carlos Sampaio (PSDB-SP), da senadora Mara Gabrili (PSDB-SP) e do deputado federal Nilson Pinto (PSDB-PA).
O gesto dos aliados de Doria não são por acaso. A entrada de Leite na disputa da terceira via pelo PSD poderia fragmentar mais ainda o campo de centro e dificultar o caminho do paullista.
Em um dos trechos do documento, os tucanos dizem a Leite que não admitem a possibilidade de Leite sair do partido em um momento "crucial" da história do país em meio aos "extremos" representado pela polarização entre o ex-presidente Lula e o presidente Jair Bolsonaro.
Veja a íntegra do texto da carta:
Caro governador Eduardo Leite.
Nos orgulhamos da sua trajetória: vereador, prefeito, governador do Rio Grande do Sul, sempre pelo PSDB, sempre tucano. Em todas essas etapas, de uma escalada absolutamente exitosa, encontramos sua marca registrada, composta pelas necessárias virtudes para o exercício da política: honradez, compromisso, determinação, preparo e competência.O futuro do Brasil está em jogo!Outubro se avizinha. O momento é de união em torno de um projeto que recoloque a Nação no caminho certo. A maioria dos brasileiros, cansada de tanto extremismo, está à espera do retorno à normalidade, e, nessa direção, de alguém que possa liderar uma campanha, ao mesmo tempo, empolgante, propositiva e viável.Não admitimos a possibilidade de o perdermos, nesse momento crucial para a história do Brasil.O movimento cresce, reuniremos as forças necessárias, a missão será dada, e, certamente, como de costume, vitoriosamente cumprida.