Líderes do União Brasil reagem à pressão do PT e defendem Juscelino
Ministro das Comunicações Juscelino Filho foi indiciado pela Polícia Federal por suspeita de corrupção; ele nega irregularidades
Em meio à pressão de alas do PT pela demissão de Juscelino Filho, líderes e dirigentes do União Brasil saíram em defesa do ministro das Comunicações e defendem a permanência no governo. A pressão aumentou com o indiciamento da Polícia Federal por organização criminosa, lavagem de dinheiro e corrupção passiva.
Para seus correligionários, Juscelino tem cumprido com eficiência seu papel frente ao ministério e atuado em pautas defendidas pela legenda, como na expansão do 5G no Brasil. As afirmações são de que Juscelino é bem avaliado pelo setor em que atua.
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Por outro lado, a avaliação é que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não pode correr o risco de perder os votos entregues pela bancada do União Brasil, nem na Câmara nem no Senado, mesmo com as defecções mais direitistas em ambas as bancadas. Entre os partidos aliados com assento na Esplanada dos Ministérios, o União ainda entrega mais votos do que o PP, por exemplo, como mostrou levantamento feito pelo Globo.
A Polícia Federal indiciou por organização criminosa, lavagem de dinheiro e corrupção passiva Juscelino em um inquérito que investiga suspeitas de desvio de emendas parlamentares para pavimentação de ruas de Vitorino Freire, no interior do Maranhão. Foi a primeira vez que um integrante do primeiro escalão do atual mandato de Luiz Inácio Lula da Silva é indiciado. Em nota, o ministro nega irregularidades e aponta "ação política" da corporação.
O presidente do União Brasil, Antonio Rueda, divulgou nota na quarta-feira em defesa do ministro e afirmando que não irá “admitir pré-julgamentos condenações antecipadas” sobre o ministro, deputado federal eleito pela sigla.
“O União Brasil reforça seu total apoio ao ministro das Comunicações, Juscelino Filho, diante do indiciamento por parte da Polícia Federal. Suspeitas são apenas suspeitas”, diz o início da nota.
Na terça-feira, o partido foi cobrado pelo líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA).
— Tem um fato novo, indiciamento. O presidente vai embarcar (ontem, para Genebra). Ele vai ser informado de tudo e vai tomar uma decisão. Na verdade, quem teria que tomar uma decisão é o partido dele — disse Wagner ao ser questionado sobre a situação do ministro.
Em março do ano passado, em outro momento em que as suspeitas vieram à tona, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, chegou a defender que Juscelino se afastasse para explicar o caso. Na ocasião, o União Brasil rebateu a fala da dirigente petista.