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ATOS ANTIDEMOCRÁTICOS

Lira convoca sessão extraordinária para Câmara analisar nesta noite decreto de intervenção no DF

Apesar de destruição, deputados defendem presença no plenário para reafirmar instituição. Reunião está agendada para 20h30

Arthur Lira, presidente da Câmara dos DeputadosArthur Lira, presidente da Câmara dos Deputados - Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), convocou uma sessão extraordinária para analisar nesta segunda-feira o decreto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva que determinou a intervenção federal na segurança pública do Distrito Federal após os atos terroristas de domingo. A reunião, semipresencial, está agendada para 20h30.

Líderes partidários defenderam que o decreto fosse apreciado o quanto antes para dar uma resposta rápida aos ataques ao Congresso, o Palácio do Planalto e o Supremo Tribunal Federal (STF). Nos bastidores, há um movimento para que haja o maior número possível de parlamentares no plenário, presencialmente, para passar a mensagem de que Casa está funcionando normalmente, apesar dos danos causados pelas investidas violentas.

"É consenso entre todos nós que, independentemente dos estragos físicos, a nossa presença é importante para demonstrar a legislativo atuante. Isso é mais importante do que aguardar os reparos", disse o vice-líder do PSB, Alessandro Molon (RJ).

Integrante da base do governo se mostram confiantes na aprovação do decreto presidencial, em virtude da má repercussão gerada pelo ataque golpista.

"Na reunião de líderes, ficou clara uma grande tendência da aprovação da intervenção", disse a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ).

Após a votação na Câmara, o decreto será submetido ao Senado. Mais cedo, o presidente da Casa em exercício, senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB), afirmou que a votação poderá ocorrer já nesta terça-feira.

Reunião de líderes da Câmara
A reunião de líderes na residência oficial da Câmara reuniu cerca de 30 parlamentares, um quórum maior do que o de costume. Deputados relataram ao Globo haver um sentimento de unificação entre os políticos após os episódios de destruição em Brasília. A exceção serão os “bolsonaristas raiz”, que sequer participaram do encontro.

Um dos filhos do ex-presidente Jair Bolsonaro, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), esteve na casa de Lira, mas não participou da reunião. De acordo com outros parlamentares, ele ficou o tempo todo em uma antessala, esperando o fim da reunião para então falar com Lira. Outra aliada de primeira hora do clã, Bia Kicis (PL-DF) chegou a sentar com os demais deputados na reunião, mas pouco interagiu, segundo congressistas presentes ao encontro.

O líder do PL na Câmara, partido de Bolsonaro, o deputado Altineu Cortes (RJ), falou aos colegas e condenou os atos terroristas, segundo interlocutores.

Funcionamento da Casa
O líder do PSB, Bira do Pindaré (MA), afirmou que os congressistas discutiram também a possibilidade de a Câmara se manter operante durante o recesso parlamentar, que só termina em fevereiro, a depender dos acontecimentos.

"Manter a Casa em funcionamento durante o recesso é uma ideia bem convergente, mas ainda não é oficial. Minha impressão é que o episódio da invasão e depredação unificou bastante as forças políticas", afirmou.

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