Lira diz que sem o Centrão Brasil "seria uma Argentina"
Presidente da Câmara fez cobranças ao governo por reforma ministerial
O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), defendeu o Centrão nesta segunda-feira (7), grupo de parlamentares do qual faz parte e costuma apoiar governos de diferentes ideologias. O deputado disse, sem o grupo, o Brasil "seria uma Argentina".
– Muitos falavam assim: "O deputado Arthur Lira é sustentáculo do governo Bolsonaro, é quem dá apoio." Mas qual era o ministério que a gente tinha no governo Bolsonaro: Qual espaço? Nunca prezei por isso. Muitas vezes que falam que Lira quer a Saúde, o Centrão quer aquilo. É importante dizer que, se o Brasil não tivesse Centrão, seria uma Argentina – disse Lira em entrevista à rádio Mix FM, de Maceió (AL).
No governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, o PP estava representado na Esplanada dos Ministérios com Ciro Nogueira, que comandava a Casa Civil. Na gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o partido quer o Ministério do Desenvolvimento Regional e indicou o deputado André Fufuca (PP-MA).
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O governo já respondeu que deseja dar um cargo para a legenda, mas ainda não definiu qual será a pasta. O deputado Silvio Costa Filho (Republicanos-PE) também deve ser nomeado ministro, mas também não há definição sobre a área.
Lira reclamou que Lula ouviu mais senadores do que deputados na hora de escolher os ministros e que siglas com pouca representatividade na Câmara possuem ministérios e bancadas maiores não têm.
– Ele (Lula) não balanceou Câmara e Senado. Tem bastante Senado nos ministérios e pouca Câmara. Tem partidos com 30 deputados que têm ministérios e tem partidos com 50 que não tem nenhum ministério. Se o critério do governo é acomodação de partidos na Esplanada, está desequilibrado.
O presidente da Casa declarou ainda que preferia um sistema político semipresidencialista, onde o presidente da República teria um papel de chefe de Estado e um primeiro-ministro, votado pelo Congresso, seria o chefe de governo. Há uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nesse sentido, mas que nunca avançou na Câmara.
– Sou um político que defende que o Parlamento fique dentro das suas atribuições, que o Executivo execute e que o Legislativo legisle. Sou contra esse governo de coalização, sempre defendi o semipresidencialismo porque muitas vezes o Congresso vota matérias sem a responsabilidade de saber os impactos dela. Quando você participa das decisões da administração você vai forçar que sejam mas pensadas – afirmou.