Conflito

Lira reage chama Padilha de incompetente e desafeto pessoal após votação que manteve Brazão preso

De com o presidente da Câmara, boatos sobre uma suposta interferência dele para soltar Brazão partiram de Padilha

Arthur Lira, presidente da Câmara dos DeputadosArthur Lira, presidente da Câmara dos Deputados - Foto: Marina Ramos/Câmara dos Deputados

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), se referiu ao ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, como "um incompetente" e seu "desafeto pessoal", nesta quinta-feira. As declarações foram dadas durante evento no Paraná, enquanto respondia sobre a votação desta quarta no plenário da Casa, que manteve o deputado Chiquinho Brazão, apontado como um dos mentores do assassinato da vereadora Marielle Franco, preso.

De acordo com Lira, boatos sobre uma suposta interferência dele para soltar Brazão partiram de Padilha. Ele negou as suposições e afirmou que os parlamentares tiveram liberdade para votar conforme as suas vontades.

— Essa notícia foi vazada do governo e, basicamente, do ministro Padilha, que é um desafeto, além de pessoal, um incompetente. Não existe partidarização. Eu deixei bem claro que ontem [quarta-feira] a votação foi de cunho individual, cada deputado responsável pelo voto que deu. Não tem nada a ver — disse.

Lira se disse alvo de "notícias plantadas" por membros do governo e definiu as acusações como "lamentáveis".

— É lamentável que integrantes do governo interessados na estabilidade da relação harmônica entre os poderes fiquem plantando essas mentiras, notícias falsas, que incomodam o Parlamento. E, depois, quando o Parlamento reage acham ruim — completou.

E votação apertada, Câmara mantém Brazão preso
Apesar do esforço de integrantes do Centrão e do ex-presidente Jair Bolsonaro, a Câmara decidiu nesta quarta-feira manter a prisão do deputado Chiquinho Brazão (sem partido-RJ), acusado de ser o mandante do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. O placar foi apertado, com 277 votos a favor e 129 contra, além de 28 abstenções. Eram necessários 257 votos para que ele continuasse detido. Em um dia marcado pela incerteza, parlamentares favoráveis a Brazão tentaram transformar o caso em uma reação a supostos abusos do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou a prisão, e alertaram para a abertura de um precedente considerado perigoso para a Casa.

Durante o dia, integrantes do União Brasil, PL, Republicanos e PP agiram para esvaziar a sessão e tentar impedir que a manutenção da prisão fosse autorizada pela Casa. Não compareceram 77 dos 513 deputados, enquanto 28 marcaram pela “abstenção”. Alguns deles são importantes caciques partidários, como o líder do PP, Dr. Luizinho (RJ), e o presidente do Republicanos, Marcos Pereira (SP).

Ao final, governistas conquistaram apenas 20 votos a mais do que o necessário para manter Brazão no presídio federal de Campo Grande, onde está sob custódia.

Veja também

STF tem 5 votos pela recusa à transfusão por testemunhas de Jeová
STF

STF tem 5 votos pela recusa à transfusão por testemunhas de Jeová

Dino determina que estados da Amazônia expliquem focos de queimadas
Queimadas

Dino determina que estados da Amazônia expliquem focos de queimadas

Newsletter