Repasse

Lira se opõe a nova emenda controlada por líderes partidários e busca aliados

Presidente da Câmara é contra a ideia do relator da Lei de Diretrizes Orçamentárias de criar uma emenda chamada RP5 para se somar às outras já existentes

Arthur LiraArthur Lira - Foto: Zeca Ribeiro / Câmara dos Deputados

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP), está se posicionando contra a ideia do relator da Lei de Diretrizes Orçamentárias, Danilo Forte, de criar um novo tipo de emenda para as bancadas.

Batizada de RP5, o novo repasse seria controlado pelos líderes partidários, que demandaram a existência da emenda ao longo do ano, depois do orçamento secreto ser considerado inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por falta de transparência.

A RP5 seria distribuída de acordo com a representatividade dos partidos no Congresso, embora ainda não esteja definido se esta emenda seria impositiva, ou seja, de pagamento obrigatório pelo poder Executivo.

Lira está organizando encontros com líderes para convencê-los a mudar de ideia sobre o tema. Para o presidente da Câmara, o melhor a ser feito seria o incremento das emendas de comissão para o ano que vem. Desde o início do ano, Lira contesta o ritmo de execução das emendas distribuídas pelo poder Executivo e cobra a criação de um cronograma de repasses — o que é refutado pelo governo, que costuma fazer as liberações às vésperas de importantes votações.

Se totalmente executadas, a combinação das emendas individuais, de bancada e de comissão vai atingir R$ 35,8 bilhões em 2023.

As emendas individuais podem chegar a R$ 21,2 bilhões neste ano, enquanto as de bancada (de autoria das bancadas dos Estados) devem ficar em R$ 7,7 bilhões. De pagamento obrigatório, as duas podem atingir R$ 28,9 bilhões em 2023. As emendas de comissão não são obrigatórias e Lira quer o apoio dos líderes para aumentá-las e também torná-las impositivas.

Declarações de alguns líderes já demonstram como a ideia começou a perder força. Ao GLOBO, o líder do MDB, Isnaldo Bulhões, disse que acha "pouco provável" que haja a nova emenda:

"O ideal seria ajustar rubricas já existentes, se quiserem inserir um valor maior", disse Isnaldo, em sintonia com o discurso de Lira.

Antonio Brito, líder do PSD, também fala com cautela sobre a RP5.

"Não foi discutido ainda conosco, tem que ver como seria esse formato".

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