PRESIDENTE DO BRASIL

Lula alfineta Musk e diz que colonizar Marte é 'devaneio' e não substitui ação do Estado

Presidente Lula está no Chile, onde participa de lançamento da pedra fundamental do Centro Espacial de Santiago

Lula em visita ao ChileLula em visita ao Chile - Foto: Ricardo Stuckert/PR

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a alfinetar o bilionário Elon Musk e disse que preferir "colonizar Marte" a cuidar da Terra não substitui a ação e orientação do Estado. Em sua avaliação, a defesa pela colonização do outro planeta faz parte de um "devaneio de bilionário".

"Para que os benefícios do desenvolvimento espacial sejam compartilhados por todos, é imprescindível que sejam fomentados em marcos sólidos de políticas públicas. Os devaneios de bilionários que preferem colonizar Marte a cuidar da Terra não substituem a ação e a orientação do Estado", disse o petista, em lançamento da pedra fundamental do Centro Espacial de Santiago, no Chile, nesta terça-feira, 6.

O presidente chileno, Gabriel Boric, também participou da cerimônia.

Por mais de duas décadas, Musk concentrou a SpaceX, sua empresa de foguetes, no objetivo de chegar a Marte. No último ano, ele também intensificou o trabalho sobre o que acontecerá se ele chegar lá.

De acordo com Lula, o setor espacial, atualmente, é "mais estratégico do que nunca" para o desenvolvimento de uma nação. "Não há atividade hoje que não demande infraestrutura espacial", acrescentou, citando a importância para o enfrentamento da mudança do clima.

Ao enaltecer a importância do setor, o chefe do Executivo brasileiro fez questão de pontuar a área espacial também é um dos segmentos em que a desigualdade entre os países é "mais gritante". "O controle de exportação de componentes e insumos tecnológicos, restrições de acessos e limitações financeiras impactam o Sul Global", afirmou.

Para Lula, uma prática recorrente do chamado mundo desenvolvido costuma ser "correr ao topo" e, em seguida, "empurrar a escada". Diante disso, ressaltou a importância da união entre os países que compõem o Sul Global.

"A cooperação entre os países do Sul tem potencial para reverter desvantagens juntos, poderemos multiplicar capacidade de erguer nossa própria escada", comentou

Ao final do discurso, o petista também criticou a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro. Segundo ele, "nos últimos anos, o setor espacial brasileiro sofreu com negligência governamental".

"Agora, retomamos o investimento por meio de encomendas tecnológicas no valor de R$ 300 milhões. Vamos fortalecer a indústria espacial e gerar os empregos e a renda necessária."
 

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