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Decisão

Lula avalia manter presidente interino do Incra mesmo com pressão do MST

Discussões sobre a manutenção de Cesar Fernando Aldrighi na autarquia ocorreram no final de semana, segundo interlocutores do presidente

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) descartou a indicação do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra para o comando do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).

O petista avalia manter na presidência do órgão o engenheiro Cesar Fernando Aldrighi, que assumiu o cargo de forma interina em janeiro. A decisão pode ser oficializada ainda nesta segunda-feira (27). A informação é da Carta Capital

As discussões sobre a manutenção de Aldrighi no Incra, de acordo com interlocutores de Lula, ocorreram no final de semana, em meio à pressão de movimentos ligados à luta do campo pela indicação. 

O MST havia indicado para o cargo a advogada e ex-secretária de Agricultura em Sergipe Rose Rodrigues. Lula chegou a avaliar o nome dela e garantiu a pessoas próximas a nomeação. 

Entre lideranças do movimento, o recuo na indicação da Rose é atribuído ao ministro Márcio Macêdo, da Secretaria-Geral da Presidência.

A vice-presidente do PT em Sergipe, Ana Lúcia Menezes, chegou a questionar, em mensagens às quais a reportagem teve acesso, o silêncio de Macêdo diante do caso. Procurado, ele não quis se manifestar.

O coordenador nacional do MST, João Paulo Rodrigues, também escreveu em uma rede social que estaria “começando a acender a luz amarela” na relação com o governo Lula em razão da demora.

Antes de apresentar o nome de Rose, o movimento também havia defendido a indicação do ex-presidente da Funai Carlos Frederico Marés.

A reportagem apurou que a sergipana ficará com uma das quatro diretorias no alto escalão da autarquia. Além dela, devem integrar a nova direção do Incra o ex-senador João Paulo (PT-AM) e o economista Gustavo Noronha.

O Incra, hoje vinculado ao Ministério do Desenvolvimento Agrário, é alvo de disputa entre alas do PT de diferentes regiões do País. O órgão tem o objetivo de criar assentamentos rurais para o repasse de terras a trabalhadores em situação de vulnerabilidade, além de mediar os conflitos envolvendo comunidades quilombolas.

A autarquia foi entregue a lideranças da bancada ruralista no governo Jair Bolsonaro (PL) e passou por um processo de desmonte, com a paralisação da política de reforma agrária e a suspensão de aquisição e desapropriação de terras.

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