Lula diz nos Brics que Gaza virou "maior cemitério de crianças e mulheres do mundo"
O presidente Lula fez uma participação por vídeo, após acidente doméstico no sábado, impedir sua viagem para a Rússia, onde ocorre o evento
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quarta-feira (23) na reunião de Cúpula do Brics que a Faixa de Gaza se tornou o "maior cemitério de crianças e mulheres do mundo".
Segundo Lula, o bloco precisa atuar para evitar a escalada dessa "insensatez".
Em seu discurso, Lula também citou o conflito entre Rússia e Ucrânia.
|"Como disse o presidente Erdogan na assembleia geral da ONU, Gaza se tornou o maior cemitério de crianças e mulheres no mundo. Essa insensatez agora se alastra para Cisjordânia e no Líbano. Evitar uma escalada e iniciar negociações de paz também é crucial no conflito entre Ucrânia e Rússia", afirmou o presidente brasileiro.
O líder brasileiro fez uma participação por vídeo, após acidente doméstico no sábado, impedir sua viagem para a Rússia, onde ocorre o evento.
Segundo Lula, os conflitos simultâneos na Europa e Oriente Médio podem culminar em uma nova guerra mundial.
— No momento em que enfrentamos duas guerras com potencial de se tornarem globais é fundamental resgatar a nossa capacidade de trabalhar juntos em prol de objetivos comuns. Por isso o lema da presidência será fortalecer da cooperação do sul global para uma governança mais inclusiva e sustentável — completou.
Conversa com Putin
Lula conversou na terça-feira (22) com o presidente russo Vladimir Putin. "O presidente Putin quis saber do estado de saúde do presidente e lamentou que ele não pôde ir à Cúpula dos Brics, e o presidente Lula também, devido ao acidente sofrido no sábado.
E que serão feitos os arranjos para a participação dele na reunião por videoconferência", diz a nota da Presidência.
Até o ano passado formado por Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, agora o Brics aumentou para dez países. Por iniciativa da China, o bloco conta agora com Egito, Irã, Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita e Etiópia.
Há, ainda, pelo menos 30 outras nações interessadas em entrar para o clube, como Venezuela e Nicarágua, e outras que tentam preparar o terreno para uma futura candidatura, como o Afeganistão, que tem o Talibã à frente do governo.