POLÍTICA

Lula chega em Brasília após terceira viagem à Europa

Presidente passou pela Itália e França, onde teve encontros com o presidente francês Emmanuel Macron e o papa Francisco

Presidente francês, Emmanuel Macron, com o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da SilvaPresidente francês, Emmanuel Macron, com o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva - Foto: Ludovic Marin / AFP

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva desembarcou na tarde deste sábado em Brasília após uma viagem oficial de cinco dias à Europa. Esta foi à terceira viagem que Lula fez ao continente neste ano.

"Voando para o Brasil. Retorno muito feliz com os encontros importantes que tivemos na Itália e França para retomarmos relações entre nossos países e pensarmos sobre o futuro", escreveu o presidente em sua conta no Twitter.

Antes de embarcar, o petista deu uma coletiva em que evitou manifestar um juízo de valor sobre o levante militar promovido pelo grupo paramilitar Wagner contra as Forças Armadas do governo Vladimir Putin - o principal assunto do dia, que pode impactar o desfecho da guerra na Ucrânia.

"Seria chutar de forma precipitada. Prefiro não falar",  afirmou o presidente. "Vou conversar com muita gente sobre essa chamada rebelião".

A viagem começou na última terça-feira, quando o presidente desembarcou em Roma. Lá, ele teve uma reunião com a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, que lidera uma coalizão de extrema direita no país, e o presidente italiano Sergio Mattarella, que é filiado a um partido de centro-esquerda.

No Vaticano, o presidente se encontrou com o papa Francisco, com quem conversou sobre a guerra na Ucrânia e a desigualdade social no mundo.

Da Itália, Lula seguiu para a França, onde ele participou de audiências com o presidente francês Emanuel Macron outros líderes mundiais na Cúpula por um Novo Pacto Financeiro Global.

O principal assunto tratado na França foi o acordo entre União Europeia e Mercosul, que está ainda está sendo discutido e não saiu do papel. Lula classificou os termos propostas pelos europeus no pacto de "inaceitáveis".

— Estou doido para fazer um acordo com a UE, mas não é possível a carta adicional que foi feita pela UE não permite que se faça um acordo — disse Lula, acrescentando que a resposta do Brasil está sendo elaborada, mas que é necessário começar a debater o tema com mais afinco.

— Não é possível que a gente tenha uma parceria estratégica e haja uma carta adicional fazendo ameaça a um parceiro estratégico. Como vamos resolver isso? — afirmou ele, enquando estava sendo ao lado do anfitrião Emmanuel Macron.

O presidente também participou de um festival de música em Paris, para o qual foi convidado pela banda Coldplay. No palco, Lula prometeu que o Brasil vai atingir o 'desmatamento zero na Amazônia' até 2030. E, por fim, chamou a multidão reunida nos jardins da Torre Eiffel a visitar o Brasil durante a COP30, a Conferência do Clima da ONU, em 2025, que será realizada em Belém.

No mesmo evento, Lula culpou os países ricos pela poluição do planeta.

— Porque não foi o povo africano que polui o mundo. Não é o povo latino-americano que poluiu o mundo. Na verdade, quem poluiu o planeta nesses últimos 200 anos foram aqueles que fizeram a Revolução Industrial e por isso têm que pagar a dívida histórica que têm com o planeta terra — disse o presidente.

Na França, Lula ainda teve uma agenda de encontros bilaterais com os presidentes da África do Sul, Cyril Ramaphosa, de Cuba, Miguel Díaz-Canel Bermúdez, com o primeiro-ministro do Haiti, Ariel Henry e com o presidente da COP28 nos Emirados Árabes Unidos, Sultan al Jaber, além de um almoço com a ex-presidente Dilma Rousseff, que preside o Novo Banco de Desenvolvimento (NDB).

Durante o seu giro pela Europa, Lula chegou a ser convidado para um jantar com o príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, na última sexta-feira. O presidente, no entanto, não compareceu ao jantar, alegando cansaço.

Salman foi o líder saudita que deu de presente as joias milionários ao então presidente Jair Bolsonaro e à sua esposa, Michelle Bolsonaro, em 2021 - as peças acabaram rendendo uma investigação na Polícia Fderal por peculato. Salman também é acusado de ordenar o assassinato do jornalista Jamal Khashoggi, que fazia criticas ao regime saudita.

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