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Governo Federal

Lula cobra ministros e líderes para resolver "todas as demandas que apareceram"

O presidente afirmou ainda que pretende, a partir da semana que vem, se reunir com ministros, para anunciar novas ações e recomeçar obras

Presidente Luiz Inácio Lula da SilvaPresidente Luiz Inácio Lula da Silva - Foto: Mauro Pimentel / AFP

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva cobrou nessa quarta-feira (8) que seus ministros e seus líderes no Congresso (Randolfe Rodrigues), na Câmara (José Guimarães) e Senado (Jaques Wagner) resolvam “todas as demandas” apresentadas até agora para o governo. Lula se reuniu no Palácio do Planalto com o Conselho Político, parte da base do governo no Congresso Nacional.

— Já estamos há um mês e 10 dias no governo. Não tem mais por que a gente não estar resolvendo todas as demandas que apareceram para o Padilha (Alexandre Padilha, ministro das Relaões Institucionais), Jaques Wagner, Guimarães, Randolfe, para os líderes dos partidos que estão participando dessa frente parlamentar de sustentabilidade para a nossa democracia — afirmou Lula aos deputados, senadores e presidentes de partidos presentes do encontro.

O presidente afirmou ainda que pretende, a partir da semana que vem, se reunir com ministros, sobretudo os ligados às áreas de infraestrutura, para anunciar novas ações e recomeçar obras. Na terça-feira, o petista viajará para a Bahia onde inaugurará unidades do Minha Casa, Minha Vida e a oficializará a retomada do programa.

— O dado concreto é que vamos tentar acabar tudo aquilo que estava começado e ficou parado. Não queremos saber de quem é a obra, de que período de governo ela foi feita, queremos saber se ela é de interesse da cidade ou do estado — afirmou Lula durante a reunião no Planalto nesta terça-feira.

Nesta terça-feira (7), o ministro da Casa Civil, Rui Costa, pediu um esforço para que o governo consiga entregar 96 mil casas do Minha Casa, Minha Vida, ainda no primeiro semestre deste ano. De acordo com o ministro, o governo prioriza ao todo a finalização de 120 mil obras do programa.

Lula ainda afirmou durante o encontro que a retomada de obras pode contribuir para que a economia brasileira não seja “o desastre previsto pelo FMI”. O presidente reforçou que acredita que a economia voltará a crescer e que não é preciso “pedir licença para governar”.

— Se a gente conseguir fazer com que todas as obras que estão paradas comecem a funcionar e a gente comece a terminar algumas delas, a gente pode contribuir para fazer com que a economia brasileira não seja o desastre previsto pelo FMI na última avaliação deles — afirmou, completando: — Confio que a economia vai voltar a crescer, depende muito de nós. A gente não tem que pedir licença para governar. Não tem que tentar agradar ninguém, tem que agradar o povo brasileiro que acreditou num programa que nos trouxe até aqui.

Nos últimos dias, Lula tem feito críticas ao Banco Central e seu presidente, Roberto Campos Neto. Nesta terça-feira, afirmou que o BC é o responsável pela alta taxa de juros no país e que o Senado Federal pode trocar a presidência do banco.

— Eu acho que esse cidadão que foi indicado pelo Senado tem a possibilidade de maturar, de pensar e saber como é que vai cuidar desse país porque ele tem muita responsabilidade. Ele tem mais responsabilidade do que Meirelles tinha no meu tempo. Naquele tempo, era fácil jogar a culpa no presidente da República. Agora não. A culpa é do Banco do Central. Agora é o Senado que pode trocar o presidente do Banco Central.

A expectativa do mercado é que a taxa Selic, em 13,75% ao ano desde agosto do ano passado, se mantenha neste patamar até o fim deste ano.

Nesta segunda-feira (6), durante cerimônia de posse de Aloízio Mercadante como presidente do BNDES, Lula afirmou que não havia uma justificativa para a atual taxa de juros e cobrou um posicionamento da classe empresarial. Lula chegou a afirmar que, no seu mandato, poderia rever o atual modelo de autonomia do Banco Central, classificado como “uma bobagem” pelo presidente.

Nesta terça-feira, o petista voltou a criticar a independência do BC e afirmou que as pessoas que acreditavam que isso ia mudar “alguma coisa no Brasil” precisam “ficar de olho se vale a pena ou não”.

— Eu acho que as pessoas que acreditavam que a independência do Banco Central ia ,mudar alguma coisa no Brasil, que os juros ia ser menor, as pessoas que tomaram essa posição é que tem que ficar olhando se valeu a pena ou não.

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