Brasília

Lula determina retirada das grades do Planalto após dez anos, enquanto governo aluga 124 km de cerca

GSI abriu licitação para contratar alambrados para prevenir manifestações na Praça dos Três Poderes

Lula desce a rampa do Planalto com Janja para falar sobre retirada das gradesLula desce a rampa do Planalto com Janja para falar sobre retirada das grades - Foto: Ricardo Stuckert / PR

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva determinou a retirada das grades do Palácio do Planalto nesta quarta-feira (10), depois de cerca de dez anos com a sede do Executivo federal cercada pelo isolamento de segurança.

A decisão ocorre uma semana após o governo abrir uma licitação para contratar uma empresa responsável pela instalação de até 62 mil alambrados de proteção, totalizando aproximadamente 124 km de cercas.

Essa é a maior contratação de grades desde 2017, segundo o edital do pregão. O gasto previsto é de até R$ 968 mil. Em 2019, primeiro ano do governo Jair Bolsonaro (PL), por exemplo, foram contratados 40 km.

Já no ano passado foram 92 km. A abertura do pregão feita pelo Gabinete de Segurança Institucional (GSI) foi publicada pelo jornal Estado de S. Paulo e confirmada pelo Globo.

De acordo com a justificativa do edital, a contratação das proteções se devem aos “atuais acontecimentos na política do país e a intensificação da polarização de posicionamento partidário e a previsão de ocorrência de manifestações na área central de Brasília”.

As barreiras devem ser destinadas para a “prevenção à possíveis manifestações populares na área da Praça dos Três Poderes e na Esplanada dos Ministérios”, prossegue o texto. Nos ataques golpistas do dia 8 de janeiro, manifestantes bolsonaristas invadiram e depredaram a região.

Na tarde desta quarta, Lula desceu a rampa presidencial para ver a mudança. Lá, conversou com jornalistas e cumprimentou apoiadores. Ele afirmou que também mandou remover o equipamento do Palácio da Alvorada, sua residência oficial.

– O Brasil não precisa estar cercado de grades. É deixar livre. A democracia não exige muro, não precisa de muro – afirmou Lula.

O presidente estava ao lado da primeira-dama Janja da Silva e do ministro da Secretaria de Comunicação Social, Paulo Pimenta. Lula afirmou ainda que vai tirar a "muralha" do Palácio da Alvorada, em referência às barreiras de segurança do local.

– Eu vou tirar aquela muralha da frente da sede do Palácio do Alvorada. Eu vou tirar porque depois a segurança vê como ela cuida para evitar qualquer problema que nunca teve. Eu fui presidente oito anos e nunca teve (problema). As pessoas iam na porta do Alvorada protestar domingo com corneta, nunca me incomodaram. Se eu quisesse cercar o povo de não permitir que faça protesto, não faz sentido a democracia.

E completou:

– Aquilo foi feito no momento em que o PT não governava mais o país. Foi feito na época do Temer então significa que quem faz coisa errada tem medo. E aquilo ficou durante todo o mandato do "coisa".

Lula acrescentou que pediu ao general Amaro, que assumiu o comando do Gabinete de Segurança Institucional (SGI), para retirar as grades do Palácio do Jaburu, residência oficial do vice-presidente da República, Geraldo Alckmin.

– Demonstração de que o Brasil está voltando à normalidade. Isso (Planalto) nunca teve muro. Quando tiver evento, para proteção e garantir segurança do povo, bota grade e retira depois. Ficar o Palácio (do Planalto) cercado o tempo inteiro… falei com general Amaro que precisa tirar a muralha em frente à casa do Alckmin.

Apesar da retirada das grades do Palácio do Planalto, a Praça dos Três Poderes continua cercada, assim como o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal. Lula afirmou que cada presidente de Poder determina a retirada do equipamento, mas que entendia que as grades não eram necessárias porque "a segurança não precisa negligenciar como da outra vez", em referência aos ataques de 8 de janeiro.

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