Logo Folha de Pernambuco

BRASIL

Lula deve mandar chanceler para posse de Milei

Encontro entre Mauro Vieira e Diana Mondino foi considerado fundamental para decisão

A futura chanceler do presidente eleito argentino, Diana Mondino, e o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, durante encontro em Brasília A futura chanceler do presidente eleito argentino, Diana Mondino, e o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, durante encontro em Brasília  - Foto: Divulgação/Embaixada da Argentina no Brasil

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve mandar o chanceler Mauro Vieira à posse do futuro presidente argentino Javier Milei, marcada para o dia 10. O gesto já dado como certo pelo Itamaraty é um reconhecimento do governo brasileiro à visita da futura chanceler argentina Diana Mondino no final de novembro.

Na conversa de três horas com Vieira, a futura ministra entregou uma carta de Milei a Lula. No texto, Milei convida o presidente brasileiro para a posse, propõe uma ampla cooperação entre os maiores países da América do Sul e espera que possam "construir laços". Ao Globo, Diana disse que “seria uma honra se Lula estivesse na posse de Milei”. O encontro entre Diana e Vieira foi considerado produtivo e positivo pela chancelaria brasileira.

O gesto surpreendeu o governo Lula e a avaliação é de que merecia ser respondido e valorizado com a ida de Mauro Viera a Buenos Aires. Durante a campanha eleitoral, Milei se referiu a Lula como "ladrão" e "comunista", também sugeriu em algumas oportunidades, que não manteria laços com ele caso chegasse à Casa Rosada.

A ida de chanceler foi uma evolução dos cenários avaliados pelo Itamaraty, as possibilidades incluíam as hipóteses de ida, além de Mauro Vieira, do vice-presidente Geraldo Alckmin ou apenas do embaixador do Brasil na Argentina, Julio Glinternick Bitelli. A chance menos provável sempre foi a ida de Lula à posse, especialmente após o convite ao ex-presidente Jair Bolsonaro — que deve levar uma comitiva numerosa.
 

Até a visita da futura chanceler argentina, no entanto, o Itamaraty não tinha um cenário totalmente claro de qual tratamento o governo brasileiro daria à posse de Milei. O encontro foi fundamental para a decisão. Integrantes do Itamaraty avaliam que a visita de Diana Mondino pode ter tido custo político para a base de Milei na Argentina, que contrariou o movimento que vinha sendo feito pelo futuro líder argentino.

Mauro Vieria ficou com boa impressão da futura chanceler, aliado ao desejo do governo brasileiro de mostrar que a relação dos países é importante e que não há intenção do Itamaraty de entrar na disputa política.

Outra avaliação é de que o Itamaraty deve investir neste nível de relação, fugindo das provocações da campanha, no ano em que o Brasil comemora 200 anos de relação com a Argentina.

Veja também

Quem é o padre que participou de plano de golpe com Bolsonaro, segundo a PF?
OPERAÇÃO CONTRAGOLPE

Quem é o padre que participou de plano de golpe com Bolsonaro, segundo a PF?

Inquérito do golpe traz ''fatos graves'', mas democracia ''é maior do que isso tudo'', diz Fachin
OPERAÇÃO CONTRAGOLPE

Inquérito do golpe traz ''fatos graves'', mas democracia ''é maior do que isso tudo'', diz Fachin

Newsletter