Lula diz a integrantes do MST que "tem lado" e sabe quem são seus amigos
Presidente fala sobre assentamentos e promessas de campanha em Minas Gerais
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez um gesto nesta sexta-feira ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).
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— Eu devo a minha eleição ao povo brasileiro, não devo a nenhum grande empresário, a nenhum grande aristocrata, eu devo a vocês, então é para vocês que eu tenho que governar esse país, e todo mundo sabe disso. Todo mundo sabe que eu tenho lado, todo mundo sabe que quando eu terminar o meu mandato eu vou voltar para a minha casa, eu não vou para Paris, eu não vou para Londres, não vou para os Estados Unidos, eu vou voltar para a minha casa. E quem são os meus amigos depois que eu deixar essa presidência são vocês, que vieram dar bom dia, boa tarde, boa noite Lula, eu nunca esqueço quem são meus amigos
— O ano de 2025 é o ano que nós vamos colher tudo que preparamos entre 2024 e 2023. Esse ano não tem explicação, não tem choradeira, nós temos que entregar as coisas que nós prometemos durante a nossa campanha e as coisas que vocês acreditaram, e é por isso que vocês me ajudaram a ser presidente da República pela terceira vez nesse país.
Lula falou sobre o assunto ao lado do ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, em solenidade, em Minas Gerais.
O auxiliar de Lula pode ser incluído na reforma ministerial que o presidente tem promovido no começo deste ano. À frente da pasta, Teixeira tem enfrentado críticas do MST, apesar de ter o apoio da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag).
O presidente vinha evitando marcar eventos exclusivos para anúncios do ministério e protelando a confirmação da visita a um assentamento do MST no município de Campo do Meio (MG).
Porém, Lula definiu a visita ao local para esta sexta.
O petista anunciou editais e crédito para o programa de reforma agrária.
Essa etapa do plano prevê o assentamento de 12 mil famílias.
Recentemente, o MST já realizou duas reuniões com o governo federal e ameaça promover um "Abril Vermelho" com mais invasões de terras, caso as insatisfações com o ritmo dos assentamentos se prolonguem.
O "Abril Vermelho" ocorre anualmente em memória ao massacre de Eldorado dos Carajás, em 1996, quando 19 sem-terras foram mortos.
Durante o mês, o MST costuma ocupar áreas que considera improdutivas para reivindicar sua transformação em assentamentos.
No ano passado, essas ações aumentaram 150% em relação a 2023, passando de 14 para 35 ocupações.